Com o avanço das tecnologias, golpistas se utilizam de voz e imagem para aplicar golpes, exigindo maior cautela e conhecimento sobre medidas de proteção
No mundo atual, marcado por avanços tecnológicos rápidos e constantes, a sofisticação dos golpes digitais tem se tornado uma preocupação crescente. Com a possibilidade de replicar a voz e a imagem de uma pessoa, os criminosos conseguem enganar até mesmo os mais cautelosos. Diante desse cenário, surge a pergunta: como podemos nos proteger dessas armadilhas? Conversamos com Pedro Ernesto Neubarth Fernandes, Doutorando em Direito e advogado, para obter mais informações sobre o assunto.
Medidas preventivas essenciais
Diante das novas tecnologias empregadas pelos golpistas, é fundamental adotar medidas preventivas para minimizar os riscos. Segundo Pedro, o cuidado ao atender telefonemas ou receber mensagens de desconhecidos é o primeiro passo. “Devemos sempre estar atentos e buscar informações sobre a pessoa que está entrando em contato conosco. Verificar a localização da suposta pessoa e garantir sua identidade é uma forma de se proteger”, afirma o especialista.
Ação em caso de suspeita
Mas e se, mesmo com todos os cuidados, uma pessoa cair no golpe? Nesses casos, é crucial agir rapidamente. “Assim que houver suspeita de golpe, é fundamental entrar em contato com a polícia”, alerta o advogado. A devida comunicação às autoridades competentes permitirá que medidas sejam tomadas para identificar e punir os responsáveis pelo crime, minimizando os danos causados.
Legislação e tecnologia
Para o especialista, a legislação atual é insuficiente para o cidadão lidar com os perigos trazidos pelas novas tecnologias. Ele ressalta que as leis vigentes não são capazes de acompanhar o ritmo acelerado do desenvolvimento tecnológico. “Eventuais infrações podem ser enquadradas em tipos já existentes, mas o desafio está no processo de regulamentação das novas tecnologias, que está aquém de sua velocidade de evolução”, afirma.
Identificando possíveis golpes
Para evitar cair nas armadilhas da internet, é essencial saber identificar possíveis golpes rapidamente. O especialista recomenda buscar informações adicionais sempre que possível. Além disso, é importante ficar atento ao tom das mensagens recebidas, pois os golpistas são especialistas em explorar emoções como medo e ganância. Desconfiar de mensagens que contenham ameaças, oportunidades de ganho fácil, promoções ou descontos exorbitantes é uma medida adequada para proteção.
O que é Deepfake?
Deepfake é um termo que surge da combinação de palavras – “deep” (profundo) e “fake” (falso) – resultando em uma nova expressão. Esse conceito faz uso de uma técnica de aprendizado de máquina denominada “tecnologia de aprendizado profundo” para compreender a aparência do seu rosto a partir de diversos ângulos. Posteriormente, essa informação é utilizada para criar uma representação artificial, conhecida como rosto deepfake, que pode ser controlada e manipulada por você – ou por outros.
Essa possibilidade pode ser um cenário fértil para golpes na internet, mas também pode trazer imagens inéditas e emocionantes, como o deepfake que uniu Elis Regina e Maria Rita na campanha publicitária da nova Kombi, da Volkswagen. No comercial, mãe e filha aparecem cantando “Como Nossos Pais” enquanto dirigem em uma estrada.