Nilson Pedro Wolf revela os segredos por trás das temperaturas extremas de Campo Bom
“Campo Bom não é a cidade mais quente do Estado. Ela se enquadra entre as mais quentes”, diz Nilson Pedro Wolf, voluntário da Estação Meteorológica.
Com décadas de dedicação à manutenção e registro dos dados da estação de meteorologia local, Nilson conhece todos os segredos do clima da região.
O papel da Estação Meteorológica
O fato de Campo Bom atingir tantas vezes a temperatura máxima, é também devido a ter medições do clima no município. “Outras cidades na região também sentem o impacto do calor, mas sem estações meteorológicas, não conseguem registrar as temperaturas”, destaca Wolf.
Campo Bom pode não ser a cidade mais quente do Estado, mas certamente é onde o calor faz história. Graças ao incansável trabalho de Nilson Pedro Wolf, podemos entender melhor os mistérios por trás das temperaturas extremas que moldam a região.
Um fenômeno meteorológico único
“A localização geográfica da cidade, que fica numa baixada rodeada por elevações, bastante vegetação e umidade alta, propiciam a ocorrência das máximas e um calor muito forte na cidade. O próprio asfalto reflete na atmosfera o calor. Em 2023, Campo Bom registrou 49 dias, a máxima do Estado”, explica ele.
A influência das massas de ar quente na região torna Campo Bom uma referência para as temperaturas. “É como se a cidade fosse um grande panelão, retendo o calor e refletindo-o de volta para a atmosfera”, compara Wolf.
Uma curiosidade, segundo ele, é que, geralmente, quando acontece a temperatura máxima do Rio Grande do Sul em Campo Bom, é sinal que a instabilidade está próxima. Conforme Nilson, geralmente chove depois que ocorre a máxima do Estado em Campo Bom.
Apesar de parecer que o calor é constante, Nilson esclarece: “A média é de quatro a cinco dias por mês, mas a percepção pode nos enganar. Quando ouvimos falar da máxima do Estado frequentemente, parece que é diariamente, mas não é o caso.”