O campo-bonense César Gularte está engajado na campanha para ajudar na pesquisa da USP
Uma pesquisa, liderada pela bióloga molecular e geneticista brasileira, Mayana Zatz, e por Carolini Kaid, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (USP), aponta que, através de testes realizados em animais em laboratório, o vírus da Zika é um grande aliado no combate a tumores cerebrais, podendo infectar e matar as células destes tumores com eficácia, sem causar danos às células saudáveis. A pesquisa faz parte da tese de doutorado vencedora do Prêmio Capes de Tese 2020 na área de Biologia Genética.
“Agora o teste seria emergencial em humanos, que já possuem o tumor cerebral, e onde nenhuma terapia – radioterapia, quimioterapia, etc – faz mais efeito, que chamamos de paciente em cuidado paliativo”, explica Patrícia Calderón, jornalista e assessora voluntária das pesquisadoras. “Esses pacientes humanos receberiam, então, essa dose emergencial. Para tal, a Anvisa precisa aprovar isto e o Instituto Butantan produziria o vírus modificado para que fosse colocado no ser humano”.
A pesquisa, inicialmente, está visando combater o tumor cerebral infantil, mas com o decorrer poderá beneficiar pacientes adultos. “Por exemplo, o glioblastoma multiforme (GBM) grau IV, que é um dos tumores cerebrais mais agressivos e recorrentes que se têm e, tanto crianças quanto adultos podem ser beneficiados com essa nova terapia”, explica a jornalista.
A Vaquinha
A iniciativa de criar a vaquinha veio do portal “Só Notícia Boa”. Patrícia – que viu seu pai falecer em decorrência de um tumor cerebral – ao descobrir a Vaquinha decidiu ajudar e tornou-se embaixadora da mesma. Ela explica que este dinheiro irá custear as doses emergenciais do Butantan e, também, o tratamento de alguns pacientes que já estão aptos para receberem o tratamento desta vacina. “A meta é de R$ 600 mil, até o momento (13 de maio) já foram arrecadados R$ 113 mil”, diz. “Uma pesquisa para o tratamento de tumor cerebral é muito importante, porque em 100 anos, nada muito eficaz foi descoberto para essas lesões que são agressivas e mortais. As estatísticas e os tratamentos não são nada animadores para esses pacientes”, expressa Patrícia.
Em Campo Bom, a Vaquinha ganha mobilização e apoio do advogado César Gularte, de 28 anos, que foi diagnosticado há um ano com tumor cerebral, após ter uma paresia do lado direito do corpo. “A minha esperança é que, com esses novos tratamentos, os tumores cerebrais deixem de ser uma doença tão letal e passem a ser num futuro apenas uma doença crônica”, expressa.
“Eu participo de um grupo formado por pacientes, cuidadores e familiares de pessoas que tiveram glioblastoma, e uma colega do grupo apresentou essa pesquisa promissora”, diz Gularte. “Como eu sou paciente de um tumor considerado ‘incurável’, com prognósticos sombrios (mesmo com o tratamento convencional), eu sinto diariamente a angústia e as sequelas do câncer cerebral. Por isso, resolvi me expor e ajudar na campanha, pois não desejo que outras pessoas passem por essa aflição e para que num futuro haja um tratamento mais eficaz e mais esperança”, finaliza Gularte. Quem quiser contribuir com a Vaquinha, está disponível no link.