No dia 19 de agosto, o mundo celebra o Dia Mundial da Fotografia, uma data que homenageia a arte de capturar momentos e preservar memórias através das lentes. Em Campo Bom, essa celebração ganha um significado especial ao destacarmos a trajetória de Joares Machado, um dos fotógrafos mais experientes da cidade, que há 36 anos se dedica a eternizar momentos importantes na vida das pessoas.
Machado que iniciou em uma época em que a fotografia ainda era analógica e exigia não apenas técnica, mas também coragem e persistência para quebrar barreiras, é um dos precursores na cidade, conhecido especialmente por seu trabalho em casamentos e formaturas. “Me sinto muito honrado por ter essa profissão que é maravilhosa. Acho que nasci com esse dom. A fotografia está no meu DNA. Sou fotógrafo desde os 15 anos de idade, com 20 anos abri minha empresa e desde lá não parei mais”, destaca.
Nem mesmo as barreiras impostas pela sociedade na época, impediram Machado de mostrar seu potencial e ter seu trabalho reconhecido. “No começo enfrentei algumas dificuldades com relação a raça para entrar na elite. Infelizmente nós negros sempre temos que mostrar mais, ser melhores para ter o reconhecimento e hoje são meus clientes, porque o diferencial sempre foi a marca do meu trabalho. Eu fui o primeiro fotógrafo a começar a filmar, ter cabine fotográfica. Sempre estudando, e agregando qualidade e inovação ao trabalho”, afirma.
Ao longo de mais de três décadas, ele acompanhou as transformações tecnológicas e sociais que moldaram a fotografia, desde as câmeras de filme até a era digital. Sendo um dos precursores na produção de álbum livros, e vê com preocupação as pessoas só guardarem suas fotos de forma virtual. “A arte do fotógrafo é o livro, é onde o trabalho fica eternizado. Mas nem todos clientes pensam assim. O digital ele pode se perder, e no livro você conta toda a história do casamento, 15 anos, da formatura. E vai guardar para o resto da vida”, afirma.
Além disso, Machado que já ministrou cursos e palestras, se diz muito motivado a cada trabalho. “Sempre me dá aquele frio na barriga a cada evento. Procuro ficar sempre concentrado para fazer um trabalho perfeito. Minha preocupação é que o cliente fique maravilhado com o trabalho. Na época do analógico em um evento se fazia cem fotos. Hoje com o digital, em casamento se faz duas, ou três mil. Mas mesmo com essa quantidade, temos que ter aquela imagem artística que é assinatura do nosso trabalho”, destaca. Machado destaca ainda sua satisfação pela profissão e as recompensas de fazer parte de momentos tão importantes na vida das pessoas. “Sou muito realizado e muito feliz na minha profissão. Eu sempre digo, a foto não te dá muito dinheiro, mas ela te traz momentos inesquecíveis. Você eterniza momentos, conhece lugares novos que se não fosse a fotografia eu não conheceria. É uma profissão apaixonante”. Que no 19 de agosto, celebramos não apenas a arte de fotografar, mas também a dedicação daqueles que fazem dessa arte sua vida. Que seja uma oportunidade para reconhecer o trabalho e a paixão de todos os fotógrafos, que, com seus olhares atentos, continuam a transformar momentos em eternidade.
Saiba mais:
A escolha de 19 de agosto como Dia Mundial da Fotografia é significativa porque marca a invenção do Daguerreótipo, por Louis Daguerre, em 1839. A invenção é considerada a primeira máquina fotográfica do mundo e um marco na história da ciência.
Vale destacar que o Dia Mundial da Fotografia não celebra a invenção da primeira fotografia, mas sim a do Daguerreótipo. A primeira fotografia foi criada por Joseph Nicéphore Niépce, utilizando um processo pioneiro chamado heliografia, que resultou na primeira fotografia do mundo, intitulada “Vista da Janela em Le Gras”, na França.