Em 1932, nascia, em Novo Hamburgo, Remi Steigleder. Hoje, aos 91 anos de idade, se considera um campo-bonense nato. Em meados de 1950, a família Steigleder veio para Campo Bom e decidiu abrir a segunda farmácia do município: a Farmácia Campo Bom, atual Farmácias Associadas.
Mas, apesar da carreira farmacêutica que veio de geração para geração, o grande sonho de Remi era dentro dos campos de futebol. De jogador e campeão municipal à técnico do 15 de Novembro e do Novo Hamburgo, assim, no futebol varzeano ele se achou, treinando tanto o juvenil, quanto da própria várzea.
Floresta, Primavera, Flamenguinho, União, Riograndense, Alto Paulista, Greminho, Independente, Oriente e 15 de Novembro – onde iniciou o sonho – são apenas alguns dos times que carrega no coração, sempre fiel ao futebol, e não ao clubismo. Tamanha é sua trajetória, que o campeonato Municipal de Futebol atribiuiu seu nome à taça da categoria Força Livre.
Com a memória já não tão fresca, por conta da idade, ao ouvir o nome de algum ex-companheiro de time ou uma história sua, com ajuda de seu filho, Jair, os olhos brilhavam e as risadas surgiam calmamente, serenas, sem a pressa de fazer um gol certeiro.
Amor ao futebol
O “calhambeque bibi” subia e descia a lomba de Campo Bom para buscar os atletas em Novo Hamburgo para irem aos treinos, como Remi relembra. Em outro momento, Jair citou outras situações engraçadas, como as vezes em que o pai deixava o próprio trabalho para ir aos campos. Ou então quando saiu do batizado do próprio filho para treinar.
Certa vez, já com mais idade, Jair decidiu levar o pai para assistir um jogo e, lembra ele, que o pessoal que já conhecia a figura “caía em cima que nem marimbondo” para ver o ex-treinador. “Ele formou muitos atletas varzeanos e foi campeão amador e ver esse carinho que todos tem por ele, não tem preço”, finaliza Jair.