O Dia Internacional do Idoso é comemorado anualmente no primeiro dia de outubro. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1991, com o objetivo de sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e da necessidade de proteger e cuidar da população mais idosa.
“Assim como as flores que atraem os pássaros e os insetos, possibilitando a formação de frutos e sementes que germinarão novas plantas, as belas palavras dos meus avós encantam meu pensamento: cores harmoniosas, aromas agradáveis e saboroso néctar.”
A frase do fotógrafo Vherá Poty Benites da Silva, indígena Guarani-Mbyá, nos chama à reflexão sobre a importância que damos aos idosos. Para lembrar o valor dos idosos, destacamos hoje a vida de dona Inez dos Santos, moradora de Campo Bom, que no dia 1º de novembro completará 104 anos de muita disposição, determinação e exemplo de vida.
Viúva há mais de 50 anos, dona Inez tem três filhos (Valcir, Pedro e Nivea), dez netos (Valquiria, Alessandra, Micael Fernando, Jean Felipe, Bruna Daniela, Jordana, Eduarda, Jeferson, João Vitor e Joice) e oito bisnetos (Bernardo, Miguel, Manuely, Braiam, Rebeca, Yara, Miguel e Valentina).
A audição e a visão já não são as mesmas da jovem que trabalhava de sol a sol, na região das Missões, lá nos distantes anos das primeiras décadas do século passado. Lúcida, bem humorada e com uma simpatia a toda prova, Dona Inez, que há mais de quarenta anos reside na Grande Operária, é uma pessoa religiosa e tem sempre um bom conselho aos mais jovens. “Precisamos fazer o bem para as pessoas e acreditar em Deus”, diz. E, certamente, toda sua vitalidade vem dessa fé e amor pela vida. “Trabalhei na roça muito tempo, e se fosse possível ainda estaria lá, plantando milho, feijão, tudo. Eu nunca soube o que é preguiça”.
Com mais de um século de vida, as lidas da roça já não são possíveis, mas dona Inez segue com um dom muito especial. Mesmo com problema sério de glaucoma, ela faz tricô e crochê. Sua arte é admirável e a filha Nivea Lucia Kolás Silveira conta que não precisa de qualquer estímulo para que ela ocupe seu tempo com o bordado. “Quando eu vejo, ela aparece com uma peça nova”. Sua criação vai de capas para garrafinha d’água, garrafa térmica, até colchas coloridas, passando por tapetes, entre outros.