CVV destaca autocuidado no Setembro Amarelo em meio a pandemia

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O número de casos envolvendo suicídio vem aumentando significativamente nos últimos três anos, em Campo Bom, de acordo com dados da Vigilância Epidemiológica, órgão da Secretaria de Saúde. Informações solicitadas pelo AG mostram que, em todo o ano de 2018 foram registrados 19 casos de tentativas de suicídio no município. No mesmo período, em 2019, 71 pacientes foram atendidos em unidades de saúde por tentativa de suicídio. De janeiro até junho de 2020 foram 39 tentativas de suicido.

Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa se suicida e, para cada vítima, cerca de dez a vinte tentativas foram feitas. E o número de suicídios aumenta a cada ano. A falta de informação e de discussão são fatores que dificultam a prevenção de novos casos.

Dados de violência interpessoal/autoprovocada em Campo Bom:

Atendimento gratuito

Em Campo Bom para o atendimento psicológico das pessoas que procuram ajuda, a cidade conta com o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), local onde pacientes, que são encaminhados pelas UBSs, recebem atendimento dentro de sua condição emocional. Lá, passam pela triagem com profissionais e, de acordo com a análise de cada caso, são encaminhados para psicólogos, terapias de grupo ou psiquiatra. A SMS também é parceira do CVV (Centro de Valorização da Vida), que atende gratuitamente por meio do telefone 188. “Em Campo Bom, a preocupação com esse tema acompanha diariamente as ações e estratégias de vários setores, em especial do eixo de saúde mental, alinhado as políticas públicas do SUS. E, dessa forma, estamos empenhados em alertar a população em geral sobre o tema, além de orientar profissionais da área de saúde e de outras áreas para identificar e notificar corretamente os casos para que contem com o devido acompanhamento”, define a titular da SMS, Suzana Ambros Pereira.

Como falar sobre prevenção do suicídio durante a pandemia do novo Coronavírus?

Essa foi uma das preocupações do CVV para lançar a campanha do Setembro Amarelo neste ano. Com as mais de 123 mil mortes causadas pela Covid-19 no país, a associação decidiu destacar neste ano a importância do autocuidado e da empatia. “A pandemia trouxe uma onda de tristeza e pessimismo, por isso mudamos um pouco o foco para o autocuidado. Não só o autocuidado físico, sobre usar máscara e manter os hábitos de higiene, mas também para a saúde mental“, explica Adriana Rizzo, voluntária do CVV.

Antes do início da pandemia, menos de 10% dos atendimentos telefônicos eram realizados remotamente e, em menos de dois meses, esse modelo saltou para mais de 60%, garantindo segurança e saúde aos voluntários. Essa mudança colaborou para manter as cerca de 250 mil ligações, que totalizam cerca de 3.000 horas ao mês. “Nossa prioridade será nas ações online, como palestras e debates”, comentou a voluntária. “Quando necessária alguma atividade presencial, recomendamos aos 4.200 voluntários de todo o país que evitem aglomerações, mesmo que em sua região essas atividades já estejam liberadas pelas autoridades”, complementa.

Sinais e alertas

Ainda sem uma confirmação médica, no entanto, é possível que as pessoas ao redor procurem ficar atentas a determinados sinais comumente associados ao suicídio, tanto para pessoas com transtornos conhecidos ou não.

O Ministério da Saúde recomenda ficar atento a questões como um aumento no número de vezes em que a pessoa se refere à própria morte, à falta de esperança ou a uma intenção de dar fim à situação que está vivendo.

Um isolamento voluntário, com a redução de contatos telefônicos ou virtuais, ou mesmo o simples ato de se trancar em casa ou no quarto, também devem servir de alarmes para quem está ao redor – especialmente quando a pessoa passa a abrir mão de atividades e eventos sociais que gostava de fazer ou frequentar. Frases como “eu preferia estar morto”, “eu não aguento mais” ou “eu sou um peso para os outros” devem ser encaradas como alarmes de que é necessário atenção urgente.

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