São 62 anos de conquistas, transformações e melhorias na saúde, educação, infraestrutura e outros segmentos. Cidade referência no estado, Campo Bom, completa neste domingo (31), 62 anos de emancipação político-administrativa.
Embora Campo Bom tenha sido emancipada em 31 de janeiro de 1959, o início da formação da cidade nasceu em 1825, quando 26 famílias de imigrantes alemães chegaram em solo campo-bonense. Mas as terras que abrangiam Campo Bom já tinham donos desde o ano de 1814.
Antonio Borges de Almeida Leães e Maria Angélica Valles eram os proprietários da Fazenda Leão (Leonerhoff), que abrangia toda a região, se estendendo até onde hoje é o município de Taquara. Então uma nova medição de terras foi realizada pelo governo e, somente em 1826, os imigrantes alemães se estabeleceram definitivamente nas terras campo-bonenses.
A luta pela emancipação
A área de Campo Bom integrava, até 1926, o distrito de Novo Hamburgo de São Leopoldo. Em meio à luta deste último por sua emancipação, o intendente leopoldense, João Corrêa Ferreira da Silva, desmembrou a área de Campo Bom pelo Ato Municipal no 126, de 9 de agosto de 1926 do até então distrito de Novo Hamburgo para que, no caso da efetivação do desmembramento de Novo Hamburgo, a perda territorial fosse menor. Nesta oportunidade Campo Bom passou a ser o 10º distrito de São Leopoldo.
Naquela época a ideia emancipacionista ainda era inviável pois as leis previam grandes áreas de terra e enormes arrecadações. Em uma estatística, feita no ano de 1949, constava que Campo Bom possuía 37 casas comerciais e 60 indústrias as quais contavam com 1300 operários, requisitos que ainda não seriam capazes de manter a localidade caso se emancipasse.
Ser apenas um distrito já não bastava, os sonhos da população de Campo Bom iam além. O povo queria mais, o pequeno distrito queria ser grande aos olhos do mundo e andar sozinho, por isso almejava a emancipação. Em 1957, ocorreu a primeira tentativa, com uma consulta ao governo do Estado, sobre essa possibilidade. Comissões foram criadas e encarregadas de levar adiante o projeto de emancipação. O movimento foi notícia nos principais meios de comunicação, por Campo Bom tratar-se do distrito mais importante entre todos que lutavam por sua emancipação.
Mas apesar do trabalho incansável da Comissão, havia um entrave, que impedia por lei a medida: Campo Bom não tinha 12 mil habitantes. Foi lembrada a possibilidade de anexação dos distritos de Lomba Grande e Canudos, ambos pertencentes a Novo Hamburgo, e Dois Irmãos, que pertencia a São Leopoldo.
O bairro Barrinha, que pertencia a Novo Hamburgo, também manifestou o desejo de se juntar a Campo Bom. Ainda foi sugerido de ser alterada a Constituição, na parte que exigia o número mínimo de habitantes, desde que o distrito apresentasse uma receita superior a um milhão e quinhentos mil cruzeiros antigos.
No decorrer dos trabalhos, o movimentou ganhou um defensor da causa, o deputado Victor Graeff. E após muito trabalho foi aprovado, pela Assembleia Legislativa, a famosa “Emenda Victor Graeff”, que também ficou conhecida como “Lei Campo Bom”, que possibilitou o andamento normal do processo. Com a aprovação, foi acertado a anexação da Barrinha e o plebiscito, que aconteceu no dia 30 de novembro de 1958, onde uma maioria de votos favoráveis foram contabilizados. E em 31 de janeiro de 1959, foi criado o município de Campo Bom, através da Lei nº 3.707: Ildo Meneghetti, Governador do Estado.
O aniversário de Campo Bom, no dia 31 de janeiro, celebra os 62 anos dessa cidade que é uma senhora de grande imponência. Uma cidade construída com muito trabalho e tradição. Feita por gente que transmite alegria, transborda dedicação, força e união. Por pessoas que aqui nasceram e por tantas outras que escolheram Campo Bom para ser sua moradia. Uma cidade que inspira, se reinventa e inova a cada dia.