Jovem encara doença rara com bom humor e esperança de cura.
Vaidosa e serelepe, Thiciany Silva de 10 anos, esbanja energia e vitalidade. Na última sexta-feira, 16, ela recebeu a equipe do AG em sua casa, no Bairro Imigrante Norte em Campo Bom. Durante toda a entrevista ela não parou. Sentava, levantava, brincava com a Luna, cachorrinha da família e sorria. A Thicy, sorria e sorriu o tempo todo. É com um sorriso no rosto que a estudante do 5º ano do ensino fundamental da EMEF Santos Dumont está encarrando o tratamento da Escoliose Tridimensional, um dos mais conhecidos desvios da coluna vertebral.
A doença
De acordo com especialistas a escoliose não tratada pode evoluir para deformidades graves, processos degenerativos da coluna, dor, instabilidade e o desenvolvimento de outros problemas de saúde, como alterações respiratórias, cardiológicas e neurológicas.
Tratamento
O tratamento começou há um mês, depois que a menina foi diagnostica com o problema, que consiste em uma curvatura acentuada na coluna. Existem várias causas diferentes para o aparecimento da escoliose. A doença pode ser congênita, quando a pessoa nasce com a má formação, sindrômica, em que é associada a outras doenças, neuromusculares, que provém de doenças neurológicas ou musculares, e idiopática, com causa desconhecida. Em até 85% dos casos, a doença é idiopática, ou seja, não se pode encontrar a causa. No caso de Thiciany, não há uma causa definida, a equipe médica acredita que ela tenha passado por um pico de crescimento acentuado. “Ela estava passando uns dias na casa de uma sobrinha minha em Santa Catarina e foi em um dia normal na piscina que familiares notaram que ela tinha um ombro mais inchado que o outro, mais elevado. Ali começou nossa busca atrás do tratamento para a Thicy”, conta Raquel Ritter, mãe da estudante.
De acordo com Raquel os primeiros laudos médicos já indicavam que o caso era cirúrgico devido ao estágio avançado da doença. “A coluna dela já estava em formato de um S, e como é uma doença indolor, ela nunca reclamou de nenhum desconforto. Não suspeitamos de nada. Nosso principal objetivo agora é evitar a progressão da escoliose. É importante estabilizar a curvatura, para evitar progressão, e quem sabe tentar reverter, diminuir alguns graus da curvatura e evitar a cirurgia que é indicada a partir dos 13 anos”, comenta.
A cirurgia de escoliose é um dos procedimentos mais complexos e pode durar de cinco a 10 horas. Em alguns casos, ela necessita ser realizada em duas etapas, dependendo da gravidade. “Eu sei que se fazer o tratamento direitinho, não vou precisar da cirurgia e logo vou ficar boa”, afirma Thicy, que é famosa pelas dublagens na plataforma TikTok. “Ela não pode ver um celular que já está gravando vídeos e é esse bom humor dela que está nos dando forças”, revela a mãe. “Pra mim é um passatempo e como as visualizações começaram a aumentar me empolguei ainda mais”, afirmar a estudante que soma mais de 2 mil seguidores na plataforma.
Unidos pela Thicy
“Parte do tratamento consiste em sessões de fisioterapia baseadas em estudos científicos e na utilização de um colete ortopédico tridimensional durante 23 horas por dia pelos próximos oito anos. É um tratamento longo e caro, o especialista para essa especialidade é de Santa Catarina, então teremos que ir para lá com frequência”, comenta a fiscal de compras, Thauany Silva, irmã de Thiciany, que iniciou uma campanha na internet para arrecadação de doações. “Fizemos um cálculo por cima e, precisaríamos de R$ 15.080,00 por ano para custear o tratamento. Esse valor inclui as sessões de fisioterapia que custam R$ 300,00 por sessão, colete e deslocamento de Campo Bom até Santa Catarina. Ressaltando que ela vai ter que trocar o colete conforme ir crescendo”, detalha Thauany.
Doações
Para tentar arrecadar o valor, a família criou uma vaquinha on-line (https://www.vakinha.com.br/vaquinha/juntos-nessa-causa-pela-thicy). Quem quiser ajudar, também pode depositar na conta da mãe da menina:
Solange Raquel Ritter
CPF: 904.228.480-34
Bradesco
Ag: 7176-5
Conta: 0005518-2