A banda 50 Tons de Pretas, formada por Dejeane Arruée (vocal e trombone) e a campo-bonense Graziela Pires (voz), que mistura pop, samba, rock e música popular brasileira foi a única selecionado no Rio Grande do Sul para participar do Festival Latinidades — Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, que acontecerá on-line de 22 a 26 de julho. “Pra gente é uma honra estar junto com grandes nomes da cultura preta, além de sermos as únicas musistas gaúchas, que nos compete grande responsábilidade pois estaremos representando nosso Estado. Vamos levar nosso projeto de músicas autorais com algumas músicas que estávamos trabalhando e outras inéditas”, comentou Graziela.
A concentração de atividades ocorre na semana de 25 de julho, data que se estabeleceu como o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha desde 1992, quando foi realizado o I Encontro de Mulheres Negras da América Latina e Caribe, na República Dominicana. No Brasil, no dia 02 de junho de 2014, foi sancionada a Lei que institui o Dia da Mulher Negra, em homenagem à grande líder quilombola Tereza de Bengela – fruto de intensa mobilização, na qual o projeto Latinidades teve grande participação.
Segundo o Afrolatinas, as mulheres negras na América Latina e Caribe correspondem a mais de 80 milhões. “O nosso legado para a humanidade é inquestionável, enquanto sujeitas históricas, com produção de memória e patrimônio científico, artístico, material e imaterial incomparáveis”, afirma o coletivo em sua página oficial: afrolatinas.com.br
Ainda segundo a instituição o Festival é, ao mesmo tempo, uma vitrine e um trabalho continuado de formação para mulheres negras. Em doze anos, atingiu mais de 300.000 pessoas como público direto, realizou mais de 200 formativas, mais de 200 apresentações artísticas, quatro publicações e oito milhões de valoração de mídia (sendo a maior parte mídia espontânea).
Edição 2020
Este ano o evento tem como objetivo minimizar os impactos da Covid-19, gerando renda e dando suporte às empreendedoras negras da economia criativa, em um projeto selecionou 67 propostas nas áreas de música, moda, artes visuais, teatro, audiovisual e poesia. De acordo com Adriana Barbosa, presidente da Feira Preta, ao todo, foram 1.447 inscrições de mulheres de todo o Brasil e outros nove países como México,Colômbia, Uruguai, Cuba e Noruega. As selecionadas receberão um auxílio de até R$ 500.