Por Giordanna Vallejos
Espaço proporciona a troca de lixo orgânico por kits com mudas de hortaliças, chás e temperos
Entre mudas de hortaliças e flores, trabalha o diretor do Horto Municipal e coordenador do Floração – Hortas Urbanas, Clesio Duarte Pereira, de 55 anos. Nesse local, o lixo orgânico enviado pela comunidade passa por compostagem e vira uma terra fértil, para um futuro mais verde em Campo Bom. Em troca da separação devida entre o lixo orgânico e o lixo seco, ao trazer os resíduos orgânicos para o Floração, o morador recebe um kit com hortaliças para plantar em sua casa de graça.
Mudanças no Floração
O secretário do Meio Ambiente, João Flávio Machado da Rosa, explica a reformulação do projeto a partir de um estudo. “Até 2017, o espaço fazia a troca de material reciclado por flores, depois fizemos a gravimetria do nosso lixo e identificamos que o orgânico é uma fração importante. Foi de onde surgiu a ideia de alterarmos o projeto, focando mais em hortaliças, chás e temperos e colocamos para as pessoas trazerem o resíduo orgânico e ensinar para elas como fazer uma compostagem”, explica.
Como encontrar
O projeto Floração proporciona periodicamente cursos de compostagem gratuitos para a população. Além disso, os moradores de Campo Bom podem levar seu lixo orgânico, duas vezes por semana, nas quartas-feiras, das 9h às 11h e das 14h às 16h e aos sábados, das 9h às 11h da manhã, na Rua Bibiano Trott, Centro. As plantas oferecidas mudam conforme as estações, e neste momento, estão disponíveis mudas de salsa, cebolinha, três espécies de alface, rúcula, radite, beterraba, couve e entre outros.
Economia sustentável
Clesio complementa que o município de Campo Bom produzia muito lixo orgânico, que gerava um custo elevado, pois precisava ser direcionado para uma terceirizada em São Leopoldo. “Nosso objetivo é de conscientizar a população de separar o lixo e além de separar, orientar a direcionar o caminho correto de cada lixo, pegar a parte do lixo orgânico e utilizar em composteira, na horta, e não tendo onde direcionar, entregar para o projeto floração e em troca damos mudas de hortaliças”.
O custo operacional para essa terceirizada é destacado pelo secretário, mostrando que o projeto não é relevante apenas para a questão ambiental, mas também econômica da cidade. “Nosso objetivo é reduzir esse custo, pagamos 120 reais a tonelada só pelo aterro, sem contar o transporte, e quando tiramos um pouco dessa quantidade da equação, começa a gerar uma economia para a cidade. Quanto menos encaminharmos para o aterro, reduz os custos e também ajuda muito na questão ambiental”, disse ele.
O coordenador do projeto relata que na última quarta-feira, houve uma média de 45 pessoas, em duas horas, que foram buscar mudas no Floração. Mesmo assim, ele ressalta que existem muitos moradores que ainda não conhecem o espaço e que todos são bem-vindos a participar. Clesio conta que a Prefeitura de Campo Bom é a responsável pela compra das mudas, que em média, são 7 mil por mês.
Ele também conta que existem três tipos de lixo, e se não separamos devidamente o lixo seco e o orgânico, geramos o rejeito, que é um material que não pode ser aproveitado e vai para o aterro, causando desperdício e dano ambiental. Por isso, é de grande importância fazer a separação e compostagem de resíduos.
Aceito para compostagem: Legumes, frutas, casca de ovo, filtro de papel de café, borra de café, erva-mate, sementes, cascas, folhas, guardanapos e papel toalha.
Não aceito na compostagem: Comida cozida ou assada, carnes, fraldas, materiais de lixo seco.
Trocas ecológicas
Balde de 2 a 5 litros = kit de seis mudas
Balde de 10 a 20 litros = kit de 15 mudas
10 entregas = 1 composteira de galão