Não. Não deixe para o ano que vem

Group 138

Desde 2009, em todos os dias das mães que se sucederam, têm sido marcados por dolorosos sentimentos de muita saudade. No dia 17 de agosto daquele ano, a minha mãe, a dona Blondina, aos 86 anos, foi morar com o Papai do Céu. Ela, que foi protagonista de muitas histórias que foram contadas nesta coluna. Ainda hoje, algum leitor ou alguma leitora me pede para repetir os muitos e bem humorados causos narrados aqui, especialmente quando a levávamos para a praia, que ela tanto gostava. E posso dizer que a levamos muitas vezes e, por isto não carrego comigo nenhum sentimento de culpa.
Todas as vezes que a levávamos para praia, sentíamos nela uma alegria infantil, quase incontrolada. A Angélica, desde os seus 5 ou 6 anos, era a escolhida e a preferida dela para segurar a sua mão para entrar no mar. Por vezes, era a própria Angélica que pedia, – “o vó, vamos entrar o mar?” E não precisava convidar duas vezes. Aliás, ainda lembramos com muita tristeza, que, alguns meses antes da tão aguardada festa dos 15 anos da Angélica a minha mãe foi “morar no Céu”. Justo a vó Blonda, que, todas as vezes que vinha nos visitar trazia consigo uma bandeja de moranguinhos para a Angélica, que tanto apreciava.
Sim, escrevo este texto, com muita emoção e com infinita tristeza, mas acima de tudo, com muitas saudades, porém sem qualquer arrependimento por um dia tê-la feito sofrer. E, exatamente por isto que quero deixar a minha mensagem para todos os filhos e filhas. Curtam este dia e todos os demais que viverão ao lado de sua mãe, aproveite o que for possível, leve-a para passear para onde ela quiser. Não perca jamais esta oportunidade que você ainda tem, de fazê-la sempre feliz.
A última vez que nos abraçamos e nos beijamos no dia das mães foi em maio de 2008, e jamais imaginaria que aquele tinha sido o nosso último dia das mães, mas eu a beijei e a abracei como fosse a última vez.

Sair da versão mobile