Desde 2009, em todos os dias das mães que se sucederam, têm sido marcados por dolorosos sentimentos de muita saudade. No dia 17 de agosto daquele ano, a minha mãe, a dona Blondina, aos 86 anos, foi morar com o Papai do Céu. Ela, que foi protagonista de muitas histórias que foram contadas nesta coluna. Ainda hoje, algum leitor ou alguma leitora me pede para repetir os muitos e bem humorados causos narrados aqui, especialmente quando a levávamos para a praia, que ela tanto gostava. E posso dizer que a levamos muitas vezes e, por isto não carrego comigo nenhum sentimento de culpa.
Todas as vezes que a levávamos para praia, sentíamos nela uma alegria infantil, quase incontrolada. A Angélica, desde os seus 5 ou 6 anos, era a escolhida e a preferida dela para segurar a sua mão para entrar no mar. Por vezes, era a própria Angélica que pedia, – “o vó, vamos entrar o mar?” E não precisava convidar duas vezes. Aliás, ainda lembramos com muita tristeza, que, alguns meses antes da tão aguardada festa dos 15 anos da Angélica a minha mãe foi “morar no Céu”. Justo a vó Blonda, que, todas as vezes que vinha nos visitar trazia consigo uma bandeja de moranguinhos para a Angélica, que tanto apreciava.
Sim, escrevo este texto, com muita emoção e com infinita tristeza, mas acima de tudo, com muitas saudades, porém sem qualquer arrependimento por um dia tê-la feito sofrer. E, exatamente por isto que quero deixar a minha mensagem para todos os filhos e filhas. Curtam este dia e todos os demais que viverão ao lado de sua mãe, aproveite o que for possível, leve-a para passear para onde ela quiser. Não perca jamais esta oportunidade que você ainda tem, de fazê-la sempre feliz.
A última vez que nos abraçamos e nos beijamos no dia das mães foi em maio de 2008, e jamais imaginaria que aquele tinha sido o nosso último dia das mães, mas eu a beijei e a abracei como fosse a última vez.
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