Familiares de Tiago Rocha Bade alegam que ele não reagiu e questionam a atuação da polícia
Por Giordanna Vallejos
Na última quarta-feira,11, na rua Manoel Teixeira, no bairro Jardim do Sol, Tiago Rocha Bade, um jovem de 23 anos, morreu em uma abordagem da Brigada Militar, deixando sua família em luto e, com isso, uma série de questionamentos a respeito do ocorrido.
A companheira de Tiago, Iasmim Ribeiro Farias, de 21 anos, estava com ele no veículo no momento da abordagem e não consegue conter a angústia ao recordar o que presenciou: “Eu e o Tiago estávamos no carro subindo a rua Idalino João Martin, no bairro Santa Lúcia. O Tiago estacionou o carro sem desligar, para falar com um homem que passava na rua. Quando abaixei o vidro do carona, avistamos um homem na frente do carro, apontando uma arma para nós. O Tiago se assustou e me perguntou quem era. Eu disse que não conhecia”, disse ela.
Conforme a versão dela, os policiais não se identificaram e não prestaram socorro. “Nisso, já deram dois tiros no carro. O Tiago se assustou e tentou engatar marcha, quando conseguiu, tomou um tiro pelas costas. Ele começou a gritar que estava ferido. Quando olhei para trás, vi que era polícia e avisei o Tiago, ele abriu a porta do carro, botou as mãos na cabeça. Então os policiais jogaram ele para o chão, com as mãos para trás e deixaram ele morrer lá mesmo. Depois dele ter morrido, tiraram o corpo dele de lá. O Tiago não tinha arma. Ele não reagiu em momento algum. Não se apresentaram como policiais. A viatura estava atrás do carro e não tinha sirene ligada”, explica.
Confira a reportagem da ocorrência
Versões conflitantes
A versão apresentada pelos familiares de Tiago é contraditória à explicação dada pelo Comando do 32° Batalhão da Brigada Militar. Segundo a resposta oficial, a ocorrência envolveu a abordagem de um indivíduo foragido e armado com um revólver. Alega-se que o jovem teria apontado a arma para os policiais, forçando uma reação por parte da equipe.
Segundo a explicação do 32° BPM, toda ocorrência que resulta no uso de arma de fogo é averiguada por meio de Inquérito Policial Militar e passará pela análise do Ministério Público e Judiciário.