Publicação e painéis fotográficos foram lançados para a imprensa nesta sexta-feira, no Núcleo de Casas Enxaimel, em Ivoti
A Associação dos Municípios do Vale Germânico –Amvag, lança para a imprensa, na data de hoje, o livro Bicentenário da Imigração: Legado que Inspira. Por meio da publicação de 200 páginas e totalmente traduzida para o alemão oficial, as 14 cidades da Amvag que integram a região-berço da colonização alemã no Brasil prestam seu reconhecimento aos imigrantes que desembarcaram em São Leopoldo em 25 de julho de 1824, transformando o futuro aqui. As 321 imagens publicadas – maioria selecionadas por equipes das prefeituras – permitem observar que muito do legado germânico sobrevive e segue sendo passado de geração para geração, confirmando que o desenvolvimento conquistado é fruto do aprendizado dos que aqui chegaram há 200 anos. Além do livro, a homenagem conta com exposição fotográfica homônima formada por 14 imagens medindo 60x70cm extraídas do livro. Com tiragem de 2.100 exemplares, O Legado que Inspira será distribuído entre as prefeituras da Amvag, assim como a exposição: cada município receberá uma coleção completa que passará a integrar definitivamente seu acervo.
PERENE – “Trata-se de uma data muito importante para o Vale Germânico, por isso optamos por um projeto perene para homenageá-la. Daqui a 40, 50 ou 100 anos este livro será prova material do nosso reconhecimento a este legado e também comparativo do desenvolvimento da nossa região”, destaca Flavio Foss, presidente da Amvag. “A expressão popular de que uma imagem vale mais que mil palavras resume o livro que é essencialmente de fotos e legendas, mas muita simbologia”, destaca Flávio. Definido no final de 2023 e executado a partir de janeiro, o projeto teve coordenação e edição da jornalista Sílvia Trovo, colaboradora da Amvag.
CIDADES – Na publicação cada município está presente em sua respectiva seção onde, além de breve histórico da cidade, constam imagens selecionadas por suas equipes retratando a importância do legado. Há imagens de festas, gastronomia, folclore, espaços, pontos turísticos, igrejas, arquitetura, etc., tudo relacionado à imigração. Há fotos atuais e históricas. Um artigo de autoria dos respectivos prefeitos das 14 cidades, ressaltando a data e traduzido para o alemão, também consta do projeto. A ideia é que o artigo seja anexado ao livro quando presenteado.
SEÇÕES – Além das seções exclusivas de cada cidade, a publicação contempla três seções regionais: Da Terra à Indústria; Guiados pela Fé e Beleza Singular. “Nossa intenção foi mostrar que embora a agricultura tenha sido o início de tudo, 200 anos depois ela ainda é muito presente na região que valoriza também sua produção calçadista, uso da tecnologia e a educação”, descreve a editora. Já na seção Guiados pela Fé, optamos por publicar detalhes de imagens sacras, valorizando o imenso universo de igrejas, templos e espaços de contemplação que há no Vale Germânico”. A seção Beleza Singular destaca a natureza ímpar e também a arquitetura da região rica em cuidados e detalhes que atestam sua origem.
FOTOS – Um dos desafios do livro foi a seleção das imagens. “Recebemos quase 800 fotos. Fazer essa seleção foi o momento mais difícil devido à riqueza do material enviado pelas equipes”, relata a editora. A fim de facilitar a comunicação com o projeto, cada prefeito indicou um interlocutor de sua cidade que ficou responsável por entregar os materiais e fazer cumprir os prazos do projeto. “Acredito que se juntarmos todas as pessoas envolvidas, inclusive internamente nas prefeituras, temos quase 300 mãos que trabalharam para tornar isto possível”. A tradução do livro é da historiadora Solange Hamester Johann e o projeto gráfico, da publicitária Gabriela Michels. A foto de capa, retratando o Rio dos Sinos em São Leopoldo, praticamente no ponto de desembarque dos imigrantes há dois séculos, foi cedida pelo fotógrafo Thales Renato, da prefeitura de São Leopoldo. O livro possui selo FSC (Forest Stewardship Council), atestando que o processo produtivo utiliza insumos em conformidade com os critérios ambientais e sociais. A impressão ficou ao cargo da Gráfica Pallotti, de Santa Maria/RS. A Amvag estuda agora tornar a publicação acessível, transformando-o em áudio-livro.
ENCHENTE – “Este ano tudo está acontecendo numa velocidade alucinante e, em meio a um projeto destes, a maior enchente da história do RS não poderia ser ignorada na publicação. Praticamente à véspera de ir para a gráfica foi necessário reformatar o projeto para dar espaço a este registro e lembrar que, assim como em 1824, com foice e enxada, os imigrantes conseguiram transformar a história, e hoje, dois séculos depois, também faremos isto”, enfatiza a coordenadora do projeto.