Mostra resgata a sensibilidade e o legado do artista autodidata que retratou Campo Bom em mais de 3 mil obras
A Galeria Municipal de Arte do Espaço Cultural Dr. Liberato recebeu, desde quinta-feira, 3, a exposição “Estephanio Fusbach – Pintura Diária”, dedicada à obra do artista autodidata Estephanio Fusbach (1928–2006), figura singular no cenário das artes visuais do Rio Grande do Sul. A mostra pode ser visitada até o dia 1º de agosto e apresenta um recorte da produção do artista nos anos 1980, com destaque para naturezas mortas — tema que ele explorou com profundidade ao longo de sua trajetória tardia nas artes.
Com curadoria de Bianca Knaak e Roberto Atkinson, a exposição também integra um esforço de mapeamento e estudo da produção de Fusbach, com o objetivo de localizar e documentar obras que ainda estão dispersas em coleções públicas e privadas. A proposta é lançar luz sobre a contribuição do artista e preservar seu legado para as futuras gerações.
Nascido em Porto União (SC), Estephanio Fusbach viveu em Campo Bom desde a infância. Começou a pintar diariamente após a aposentadoria, no final dos anos 1970. Sem formação acadêmica, construiu uma carreira autodidata pautada pela disciplina, observação cotidiana e referências visuais extraídas de livros, jornais, calendários e do próprio cotidiano. Estima-se que tenha produzido mais de 3 mil obras ao longo da vida.
Sua pintura, feita quase sempre com tinta a óleo sobre tela de algodão, madeira ou Eucatex — percorre temas clássicos como casarios, marinhas, flores, retratos e cenas da antiga Campo Bom. Parte de sua obra chegou ao acervo do MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli ainda na década de 1980.
As obras em exibição pertencem à coleção do historiador Roberto Atkinson. A curadoria propõe uma leitura inédita sobre o artista, valorizando sua trajetória autodidata e o lirismo presente em suas composições. “Aprendendo a pintar, Estephanio Fusbach foi nos contando seus dias, o correr do tempo, a finitude das horas e a eternidade dos artistas”, observa a curadora Bianca Knaak.
A visitação é gratuita, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 18h, e aos sábados das 9h às 12h, no Espaço Cultural Dr. Liberato.