Vinte e quatro dias depois, após seis mortes ocorridas no Hospital Lauro Reus, a empresa responsável por fornecer oxigênio – Air Liquide – ainda não entregou às autoridades os documentos necessários para a investigação. Um dos principais documentos é o relatório de telemetria, que registra os dados da comunicação entre a empresa e o hospital a respeito dos níveis de oxigênio disponíveis e da necessidade de reposição para evitar faltas.
Leia a matéria sobre a falha no sistema de distribuição de oxigênio do HLR aqui.
O caso é apurado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MP). O hospital está fazendo uma sindicância e há uma auditoria da Secretaria Estadual da Saúde em andamento. O Lauro Reus é administrado pela Associação Beneficente São Miguel (ABSM), que não fala sobre o caso.
O prazo para a entrega da documentação foi até o dia 30, mas a empresa pediu prorrogação deste, que se estende até a meia-noite de hoje, 12. Caso os documentos não sejam fornecidos, a promotora vai avaliar que medida adotar. Os relatórios também são fundamentais para exames que estão sendo feitos pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP).
O controle de nível do oxigênio é feito remotamente pela empresa Air Liquide, onde um sensor verifica a carga de oxigênio no tanque principal. Ele fica ligado a um controle que envia informações de telemetria para a sede da empresa, em São Paulo, por meio de SMS. Quando o estoque fica abaixo de um certo valor, o sistema avisa a empresa, que deve tomar as providências de reabastecimento.
Não está descartado que o problema tenha começado por uma falha nessa comunicação, ou seja, de que a empresa tenha disparado o alerta, mas que o responsável no hospital não tenha visto. Ou ainda, que o alerta não tenha sido feito.