Os idosos formam o grupo de 31,9 milhões de brasileiros – o equivalente a cerca de 15% da população – que corre mais risco de desenvolver as complicações do novo Coronavírus, que podem levar à morte. O Rio Grande do Sul é o segundo estado com maior índice de idosos: eles representam 19% da população. Já o Rio de Janeiro é o primeiro, no qual a presença dos idosos equivale a 19,3% do total dos habitantes.
A orientação tem sido que eles fiquem isolados e os jovens, especialmente as crianças, mantenham distância das pessoas com mais de 60 anos.
A taxa de letalidade do vírus é considerada baixa, girando entre 2% e 3% no planeta, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Mais de 80% da população vai ter a doença e apresentar apenas sintomas leves. A situação muda com o avanço da idade: o índice sobe para 8% em pacientes de 70 a 79 anos e chega a 15% em maiores de 80, segundo estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China.
Isso acontece por conta da baixa imunidade desse último grupo de pessoas, considerado um dos mais vulneráveis às complicações decorrentes do vírus. Além dos idosos, pessoas com doenças crônicas graves, imunodeprimidas e pacientes oncológicos também fazem parte do grupo de risco.
Embora as recomendações de prevenção do Coronavírus sejam universais, ou seja, as mesmas para qualquer idade e condição de saúde, existem alguns conselhos direcionados especialmente para pessoas acima dos 60 anos, suas famílias e cuidadores.
O AG levantou as principais dúvidas sobre o assunto e quem responde é o geriatra Jocinei Arruda, professor do curso de Medicina da Universidade Feevale.
Os idosos são grupo de risco
Não há dúvida em relação a isso. Os idosos são mais suscetíveis ao Coronavírus e tem um risco aumentado de morte por dois fatores: a resposta imune diminui com a idade, e o bom funcionamento dessa é indispensável para o corpo combater tanto infecções virais como o Covid-19 e a Influenza, quanto as infecções causadas por fungos ou bactérias. Além disso, geralmente os idosos são a população mais propensa as chamadas doenças crônicas que é o outro fator associado a maior gravidade dos casos.
O envelhecimento reduz a imunidade
É um dos fatores relacionados a maior gravidade entre os idosos. Quando a pessoa se infecta o sistema imunológico entra em ação, ele é o sistema de defesa do organismo contra esse tipo de invasor. Antes mesmo de nascer, o feto começa a produzir as células sanguíneas de defesa, os linfócitos, capazes de reconhecer os agentes agressores, e bloquear o quadro infeccioso. À medida que envelhecemos, as respostas do sistema imunológico mudam, há um desequilíbrio, as repostas são mais lentas.
Doenças associadas aumentam o perigo
Outra constatação que profissionais da saúde já fizeram nos primeiros meses de luta contra a Covid-19 é de que o vírus é especialmente feroz contra quem já apresenta outras doenças. “Dentre essas podemos lembrar a hipertensão, o diabetes, bronquite, enfisema e problemas na função do rim ou coração em decorrência de um infarto prévio são exemplos dessas doenças que aumentam o perigo”, explica o geriatra.
Cuidados básicos
Estar em dia com a vacina da gripe, uso regular das medicação de uso contínuo para pressão alta, diabetes e as outras doenças crônicas já referidas anteriormente, o uso de máscara artesanal é uma boa iniciativa, bem como os demais cuidados veiculados na mídia, distanciamento social, evitando aglomerações, isolamento social (ficar mais em casa), lavar frequentemente as mãos com água e sabão e o uso do álcool gel, além de evitar exposições desnecessárias. Para tal, uma boa rede de apoio, seja familiar, de amigos ou da vizinhança ajuda, pois sabemos que eventualmente é necessário idas ao supermercado, farmácia, banco e se tiver que possa faze-las é menor o risco.
Medidas preventivas reais
Além de lavar bem as mãos com água e sabão por, no mínimo, 20 segundos ou higienizá-las com álcool gel várias vezes ao dia, também é importante evitar tocar na boca nariz ou olhos se estiver em um ambiente público, porque o vírus é transmitido por via aérea e pelo contato com secreções respiratórias.
Também deve-se evitar o contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas e manter os ambientes bem ventilados.
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