Você já ouviu falar no conceito de moda sustentável? Pois é exatamente com base nele que surgiu a Pinha Originals. Empresa campo-bonense de confecção de roupas que tem como preocupação o desenvolvimento através da sustentabilidade, ao mesmo tempo em que apresenta peças modernas e confortáveis.
Há cerca de um ano e meio as irmãs Cintia e Fernanda Meister e Artur Bohrer criaram a marca, que se propõe a utilizar matérias-primas sustentáveis em suas produções. Graças à inovação tecnológica, a combinação das fibras de poliéster – feitas a partir de PET – com as de algodão orgânico permite a criação de uma malha com a resistência, durabilidade e solidez de cores idênticas aos produtos fabricados com poliéster convencional. O resultado final é uma malha de qualidade tão boa quanto a que é confeccionada com matéria-prima não reciclada, mas com uma diferença fundamental: tem um valor social e ecológico agregado sem precedentes. “Acreditamos que se nossas ações foram capazes de destruir o lugar em que vivemos, estas mesmas ações podem se tornar atitudes. Atitudes que buscam o convívio harmônico com o nosso planeta”, comentou engenheiro mecânico Artur Bohrer.
No processo de tingimento também há a preocupação com o meio ambiente. O trabalho é feito com baixo impacto ambiental, com tintas a base d’agua e todos os resíduos são reaproveitados. “Nos preocupamos com a qualidade final das nossas peças, mas também com o conceito da empresa, então nossos parceiros possuem a mesma visão sustentável por isso trabalhamos com fornecedores de produtos que não tenham sido testados em animais”, explica Bohrer.
A consciência de que os recursos naturais são finitos está mudando a postura do cliente e das empresas. “Pesquisas mostram que o consumidor brasileiro está mais engajado, mais consciente e exigente”, observa o empreendedor. Para Bohrer, o mercado de produtos sustentáveis tem potencial de crescimento. “É uma tendência. As pessoas estão mais preocupadas com a origem dos produtos, se realizam testes em animais, o impacto no meio ambiente, além do cuidado com as substâncias que são colocadas no corpo. E ainda tem a questão das alergias. A forma de consumir está mudando”, observa.
Vestindo sustentabilidade
Há quatro meses no mercado a empresa do bairro Santa Lúcia atende todo o Brasil com linhas de camisetas, blusas e regatas, que são desenvolvidas, costuradas e vendidas pelo trio de empreendedores. A posta para o próximo bimestre é investir em uma linha long, para os skatistas e bermudas confeccionadas 100% com malha PET.
Algodão orgânico
O algodão orgânico utilizado pela marca é cultivado sem uso de fertilizantes químicos, pesticidas ou reguladores de crescimento. Sem a contaminação do ambiente e do solo, recursos naturais como lençóis freáticos e a biodiversidade da fauna e flora locais são preservados.
PET reciclado
O PET reciclado é feito com fibras de poliéster, que vêm de garrafas PET coletadas por cooperativas e catadores. Essa fibra, tecida juntamente com fios de algodão, confere às peças de roupa mais maciez e durabilidade. Cada camiseta fabricada contribui com a reciclagem de duas a três garrafas PET. Já para produzir um quilo de malha são recicladas 11 garrafas de dois litros de refrigerante. “Além disso, o fio de poliéster, proveniente do PET, que geralmente é associado ao algodão, confere algumas valiosas propriedades ao tecido. Como por exemplo, estabilidade dimensional, que impede que o tecido encolha ou entorte, solidez na cor, resistência e durabilidade com mais qualidade durante muito tempo. Logo, o ciclo de vida útil de uma camiseta sustentável é muito maior, comparado a uma camiseta tradicional 100% algodão”, observa o empreendedor.