Orgulho autista é celebrado em 18 de junho, mas caminho para inclusão ainda é longo
O autismo, ou transtorno do espectro autista (TEA), é um transtorno de desenvolvimento que leva a um déficit, em maior ou menor grau, em pelo menos uma das seguintes áreas: interação social, comunicação e comportamento.
No Brasil, estima-se que haja 2 milhões de pessoas com autismo mas, somente nos últimos anos, essas pessoas começaram a ver seus direitos reconhecidos. Por exemplo, foi apenas em 1993 que a síndrome foi adicionada à Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, uma em cada 160 crianças tem transtorno do espectro autista
“O dia de orgulho autista representa orgulho e luta. Porque os direitos estão longe de serem totalmente contemplados. No caso do Autismo, as intervenções terapêuticas são o que garantem uma melhora no desenvolvimento integral da pessoa com TEA e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida para pessoa e toda a sua família”, Graziela Pires, musicoterapeuta e pós graduanda em TEA.
A musicoterapia, direcionada ao autismo, mostrou grandes benefícios na melhoria da capacidade de resposta interpessoal. Estes resultados foram observados mediante o desenvolvimento das áreas relacionadas à linguagem e comunicação, aumento da atenção compartilhada e estimulação das respostas de neurônios-espelho. A musicoterapia proporciona prazer, promoção intelectual e emocional, interação com outras pessoas, treinamento de habilidades linguísticas e motoras.
Uma Sinfonia Diferente
Com objetivo de promover um espaço terapêutico e artístico, que apoie o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com Autismo, num ambiente favorável, a edição gaúcha do Uma Sinfonia Diferente realiza um atendimento exclusivo aos pais e responsáveis dos jovens, através de rodas de conversa e troca de experiências, conduzidas por psicólogas e especialistas.
O Sinfonia é um projeto de musicoterapia focado no desenvolvimento de habilidades de comunicação, linguagem e socialização. Nele, a música é utilizada como ferramenta terapêutica, ou seja, como explica Graziela, “é fundamentada em metodologias e técnicas específicas da Musicoterapia e baseada em evidências científicas”.
“Eles respondem muito bem ao trabalho pois cada um interage com a música de uma forma: cantando, tocando, dançando, expressando seu corpo livremente”, comenta a musicoterapeuta. “Não é aula de música, então não existe um compromisso com um resultado musical estético, o foco está no desenvolvimento de cada sujeito e na sua capacidade de se expressar com e na música.”
Promover a inclusão
O Preconceito precisa ser enfrentado com informação e com ocupação de espaços. Por isso é importante estimularmos as famílias para que saiam de casa, vão aos lugares e informem as pessoas. Visando a inclusão, o Sinfonia está promovendo um Musical que tem a função social de levar informação para a comunidade.
“É preciso conhecer para derrubar estigmas e preconceitos. E a melhor forma é mostrando que eles são capazes de fazer um belo espetáculo, de se expressar, de serem artistas e protagonistas de suas histórias”, finaliza Graziela.
O Musical do Uma Sinfonia Diferente RS, protagonizado por crianças e jovens com Autismo, será realizado do dia 16 de outubro no Teatro Feevale.