Com a pandemia do novo Coronavírus e a necessidade de se manter em quarentena, a vida no país foi intensamente afetada. No âmbito esportivo, torneios e campeonatos foram cancelados, sem previsão de retomada. Com isso, Elias Weiss, ciclista multicampeão campo-bonense, teve que adaptar a rotina de treinamentos ao cenário de isolamento social recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
Ciclista faz a distância entre Campo Bom e Caxias sem sair de casa
Cumprindo o isolamento social, utilizando rolos de equilíbrio, Weiss, pedalou mais de 160 quilômetros sem precisar sair da cozinha de seu apartamento, o que equivale praticamente a uma viagem de ida e volta de Campo Bom à Caxias do Sul. A rotina diária de treinos é intensa de 3 a 3 horas e meia sem intervalos, com a limitação de não poder sair do lugar. “Treinar em casa pra quem é competidor á nível de resistência e resultado, é fundamental afinal nós estamos em um Estado aonde o clima é muito severo em grande período do ano e para um atleta ficar sem treinar três, quatro dias é impensável. Então temos que nos adaptar para seguir o cronograma de treinamento sem se expor as condições climáticas”, explica Weiss.
Mais do que o esforço físico, o treino domiciliar requer esforço mental muito intenso. “A carga psicológica é muito maior que a física, porque você não saí do lugar. Na rua a gente interage com as pessoas, desvia dos carros, sente a mudança de terrenos como pedalar no asfalto e na estrada de chão batido, que são variáveis que influenciam no resultado final do treino. Aqui você está confinado, é difícil, mas a mente se adapta com o tempo”, relembra.
Meia maratona de idas e voltas
Quem também teve se que adaptar a nova realidade foi o ultramaratonista campo-bonense Antônio Martins dos Reis de 79 anos. Ele encontrou uma maneira de seguir sua rotina de treinos e mostra que mesmo em casa é possível se manter em movimento. “Ficar em casa não é fácil, tem que ter muita paciência, mas 30 minutos de exercício e atividades físicas são o suficiente para fazer a diferença na disposição e na saúde. O mundo inteiro está na mesma situação, então é importante nos mantermos ativos da forma como pudermos e colaborarmos para que tudo fique bem o mais breve possível”, comenta Reis.
O percurso é curto, ida e volta da garagem passando pelo jardim e seguindo até a rua. São apenas 54 metros, mas tem sido o suficiente para que o ultramaratonista se mantenha em forma. Ele tem feito uma média de 300 voltas por treino, o que equivale a pouco mais de 16 quilômetros de corrida.