Agosto é celebrado nacionalmente como o Mês de Aleitamento Materno desde 2017 através da campanha Agosto Dourado. A cor faz alusão à definição da OMS (Organização Mundial da Saúde) para o leite materno: alimento de ouro para a saúde dos bebês pois contém anticorpos e proteínas que reduzem os riscos de infecções e inflamações. Mas, em meio à pandemia de Covid-19, a preocupação das mães com a amamentação aumenta. E uma dúvida surge: mulheres que contraíram a doença podem amamentar normalmente?
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz), não há evidências de transmissão de Covid-19 pelo leite materno. “As mães podem e devem continuar amamentando, mesmo estando com sintomas compatíveis com a síndrome gripal ou infecção respiratória, ou mesmo a confirmação para Covid-19, se for seu desejo e se estiver em condições clínicas adequadas”. Mas é importante que elas utilizem a máscara quando forem amamentar ou realizar algum cuidado com o bebê. E, claro, a higienização das mãos com bastante frequência, antes e depois da mamada ou cuidado”, informam.
Amamentação deve ser estimulada
Segundo a pediatra, Cátia Strassburger, não há constatações científicas significativas sobre a transmissão do Coronavírus por meio do leite materno e que não há recomendação para a suspensão do aleitamento. “O aleitamento materno pode ser estimulado, se a mãe deseja e tenha condições clínicas para tal. Nesse caso deve sempre”, pontua a médica salientando os benefícios do aleitamento materno. “A amamentação estimula o sistema imunológico do bebê e seus anticorpos são transmitidos para ele por meio do leite materno, ajudando-o a combater infecções”, informa.
A médica destaca ainda que é importante que continue amamentando tomando as seguintes precauções:
• Lavar as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos antes e depois de tocar o bebê;
• Usar máscara facial de pano ou cirúrgica (cobrindo completamente nariz e boca) durante as mamadas e evitar falar ou tossir durante a amamentação;
• A máscara deve ser imediatamente trocada em caso de tosse ou espirro ou a cada nova mamada. A máscara cirúrgica não deve ser reutilizada, colocada em saco plástico, fechar e descartada adequadamente. As máscaras de pano devem ser de uso individual e bem lavadas com água e sabão ou colocadas de molho em solução de água sanitária diluída em água.
• Evitar que o bebê toque seu rosto, especialmente boca, nariz, olhos e cabelos;
• Após a mamada, em caso de mães suspeitas ou confirmadas de Covid-19, os cuidados com o bebê (banhos, sono) devem ser realizados por outra pessoa na casa que não tenha sintomas ou que não seja também confirmado de Covid-19. Em caso de troca de fraldas, o uso de luvas cirúrgicas ou de procedimento descartáveis é recomendado.
Cuidado redobrado
Para Carla de Lima, 31 anos, os cuidados foram redobrados com a pandemia do novo Coronavírus. Mãe de um menino de seis anos e de Carolina de Lima Rodrigues, de sete meses, a secretaria de escola revela que foi um desafio. “Como já tinha experiência com aleitamento materno, pensei que seria mais simples na segunda gestação, mas veio o Covid-19 e mudou tudo. Cuidados com higiene foram multiplicados”. De acordo com Carla, interromper a amamentação não foi cogitada. “Não pensei nessa hipótese, fomos nos adaptando à nova realidade pensando sempre pela segurança do bebê”, pontua a moradora do bairro Imigrante Norte.