Em setembro de 2024, um simples banho mudou o rumo da vida de Cheila Jaqueline Beck Birck Dalpiaz, de 35 anos, moradora do bairro Porto Blos. Ao perceber um caroço na mama, ela buscou ajuda médica e iniciou uma sequência de exames. Mesmo com a suspeita de um nódulo benigno, Cheila seguiu preocupada e buscou uma segunda opinião médica. Foi então que, em fevereiro deste ano, veio o diagnóstico que ninguém está preparado para ouvir: câncer de mama.
Encaminhada para tratamento oncológico em Taquara, Cheila iniciou as quimioterapias em 8 de abril. Foram oito sessões — quatro brancas e quatro vermelhas — concluídas em 10 de setembro. A cirurgia para retirada parcial da mama foi realizada na última sexta-feira (10). Em novembro, uma nova consulta para avaliação do resultado do exame patológico vai definir os próximos passos do tratamento, incluindo as radioterapias.
Desde o início, Cheila soube que enfrentaria um longo caminho. Quando ouviu a confirmação do diagnóstico, a primeira pergunta foi: “vou perder o cabelo?”. A resposta foi um dos momentos mais difíceis, junto com a percepção da queda dos fios, ao correr dos dias. “Me vi sem identidade, mas entendi que fazia parte do processo da minha cura”, conta.
A fé inabalável de Cheila foi o alicerce do tratamento. “O principal de tudo, quando descobri a doença, foi me agarrar em Deus. Não murmurar, aceitar a doença, pois 50% do tratamento é o psicológico. Ter uma rede de apoio também é fundamental para ajudar a passar pelo processo”, destaca.
Mãe de duas meninas, uma de 7 anos e outra de apenas 10 meses quando o tratamento começou, precisou interromper a amamentação e enfrentar o medo das sessões de quimioterapia. Mesmo assim, encontrou força no amor da família e na fé. O apoio do esposo, do irmão, da tia, da mãe e da sogra foi essencial para seguir firme, especialmente no cuidado com as filhas.
A primeira sessão de quimioterapia foi marcada por fortes efeitos colaterais, mas Cheila buscou apoio terapêutico e iniciou uma técnica da psicologia energética chamada “TFT”, que utiliza toques em pontos específicos do corpo para tratar desequilíbrios emocionais e físicos. A prática a ajudou a reagir melhor ao tratamento. “Meu corpo passou a absorver apenas o que precisava para combater o câncer”, explica.
O apoio da Liga Feminina de Combate ao Câncer também foi fundamental para passar pelo processo. Na instituição, Cheila encontrou acolhimento e passou por profissionais como assistente social e nutricionista, que a ajudaram durante o tratamento.
Com serenidade e coragem, Cheila segue escrevendo uma história de superação. Uma trajetória marcada por lágrimas, esperança e pela certeza de que cada etapa vencida é um passo a mais rumo à vida plena e ao recomeço.
Cheila reforça a importância do autoexame e aconselha outras mulheres. “Prestem atenção aos sinais. É extremamente necessário conhecer o próprio corpo e saber identificar quando aparece qualquer coisa estranha”, enfatiza. Aceitar e investigar sempre, pois o diagnóstico precoce aumenta chances de cura. “Não ter medo de conversar, desabafar, expor. Não precisamos passar pelo processo sofrendo”, pontua.
Por Mairan Pacheco
















