“Campo Bom eternamente
Estarás no meu coração
Praças, parques de lazer
Tua cultura e educação.
Teus filhos que aqui nasceram
E também os de adoção
É com orgulho verdadeiro…”
Se você é campo-bonense, certamente não leu, mas cantou os versos acima. Trata-se de um trecho do hino do Campo Bom. Cidade quente, calorosa, referência quando o assunto é cultura e educação. Talvez, como diz o próprio hino, por ter sido construída pelos filhos que aqui nasceram e também os de adoção. Mas a força que se emana na população de pouco mais de 66.712 mil habitantes, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), ultrapassa as barreiras territoriais. Pessoas que se preocupam com as outras, pessoas que dedicaram suas vidas em ajudar o próximo, a lutar por uma causa. Neste 61º aniversário de Campo Bom o AG reuniu histórias de campo-bonenses de coração, que aqui nasceram ou escolherem o município para viver. Vamos mostrar histórias reais de amor e dedicação, vamos falar do Orgulho da Nossa Gente.
Conheça Kayanne Braga
O apogeu do setor coureiro calçadista, com novas oportunidades de vida e povo acolhedor. Essa foi à fama construída por Campo Bom desde a emancipação. Um mar de guarda-pós de orgulhosos sapateiros invadia as ruas da cidade a cada final de expediente nos anos 90. Era o ápice do setor calçadista no Vale do Sinos. Uma indústria pulsante que atraiu a nordestina Flávia Maia, de Vitória da Conquista, Bahia, que chegou ao município com apenas uma mala e a filha de sete anos, Kayanne Braga. Ela não sabia, mas a mudança de Estado foi fundamental para aflorar a missão da filha que luta pela causa animal. “Minha tia casou com um gaúcho e vieram morar em Campo Bom, isso influenciou a decisão da minha mãe, que buscava uma vida nova. Chegamos e ela logo começou a trabalhar em uma fábrica de calçados o dia todo então ela pagava uma senhora no bairro Genuíno Sampaio para me cuidar no contraturno da escola. Essa senhora amava os animais e tinha vários cachorros, para mim era o céu. Adorava estar lá, fui crescendo com a vontade de ajudar os animais de rua e foi essa tia que despertou isso em mim”, relembra Kayanne. Quem se dedica à proteção animal é movido por um sentimento forte: a vontade de mudar uma vida. O amor aos animais motiva voluntários e protetores independentes a se levantar, todos os dias, e seguir adiante na causa animal, mesmo quando o desânimo toma conta. Assim descreve a protetora, hoje com 25 anos, que há 10 luta pela causa. Ela é uma das fundadoras da Campo Bom pra Cachorro (C.B.C.), a primeira ONG de proteção animal registrada no município e referência neste assunto. A jovem de sorriso fácil não lembra exatamente das datas, mas guarda na memória a maioria dos cães e gatos que passaram por ela ao longo dos últimos anos. “É minha missão de vida: trabalhar pelo bem-estar animal em Campo Bom. Eu me sinto campo-bonense, eu sou campo-bonense mesmo sem ter nascido aqui. Essa cidade me adotou. Foi em Campo Bom que construí minha história, são daqui minhas melhores memórias, foi aqui que minha filha Loah nasceu. E é para essa cidade que eu quero fazer a diferença”, afirma Kayanne.