Conhecido no município pela simpatia e sorriso fácil, Ernesto Cândido da Silva precisa de ajuda para reconstruir sua casa.
A caçamba da bicicleta adaptada lotada não é sinônimo de renda na pandemia para quem depende da coleta de material reciclável. Nesta semana, a situação precária da casa onde vive Ernesto Cândido da Silva de 50 anos, um conhecido catador de matérias recicláveis de Campo Bom desencadeou uma campanha de voluntários focados em reverter a situação.
Simpático e sempre de bom humor, Ernesto nasceu com paralisia cerebral que afetou a fala e o desenvolvimento da parte motora dos membros inferiores (pernas e pés). A deficiência o obrigou a usar as mãos para substituir os movimentos que são tipicamente feitos com os pés para se locomover e assim, poder “ir e vir” livremente. Mas as limitações não o impediram de trabalhar também. Utilizando uma bicicleta adaptada (que ganhou através de um doador anônimo) ele percorre a cidade coletando materiais que possam ser comercializados e assim completar sua renda de um salário mínimo (R$ 1.045), que recebe do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e deficientes físicos de baixa renda.
Ernesto mora sozinho no bairro Operária em casa extremamente precária. No imóvel de mais de 30 anos o telhado está comprometido, rachaduras tomam conta das paredes e o banheiro não funciona mais. No mesmo terreno mora uma irmã, Janete Cândido, que o ajuda com os remédio e alimentação. “Faço tudo que está ao meu alcance, mas reformar a casa não temos condições e, sair daqui ele não quer porque é a casinha dele”, comentou a dona de casa.
Corrente do bem
Na segunda-feira, 11 a reportagem do AG esteve na residência. Quem nos recebeu foi Ernesto. Sorridente ele nos mostrou a casa aonde há mais de três décadas. De acordo com coordenador da Defesa Civil do Município, Paulo Silveira, a estrutura da casa é muito ruim e o risco de desabamento é alto. “O ideal seria que ele se mudasse e que essa casa fosse demolida. A médio prazo ela vai ter que ser desabitada porque está em péssimo estado”, afirma.
A situação precária em que vive o reciclador gerou uma mobilização imediata da comunidade. Amigos e conhecidos da Associação de moradores do Bairro Operária logo se juntaram para iniciar a arrecadação de doações. O Jornal A Gazeta, Defesa Civil de Campo Bom e Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação (SEDSH) se uniam à corrente do bem e lançaram a campanha para arrecadar matérias de construção. A ideia é reconstruir no local. Os itens mais necessários no momento são janelas, portas e matérial para elétrica e hidráulica. “O imóvel tem que ser reconstruído quase que do zero. Os moradores não têm condições de arcar com todo material, então decidimos pedir a ajuda da população”, pontuou Silveira.
Saiba como ajudar
Interessados em ajudar com a doação de material de construção e móveis podem entrar em contato diretamente com a Defesa Civil- que irá até o local buscar as doações- através do telefone 3597-3683 ou 99631-4625.