Criminosos se passaram por atendentes da Caixa Econômica Federal, aplicaram golpe com empréstimos, transferências e até abertura de conta no nome da vítima.
Uma moradora de Campo Bom foi vítima de um sofisticado golpe de falsa central de atendimento, tipo de crime que tem se espalhado por todo o Brasil. Os criminosos, se passando por funcionários da Caixa Econômica, causaram um prejuízo de aproximadamente R$ 40 mil à vítima, que teve dados roubados, empréstimos contratados, valores transferidos e até uma conta criada em seu nome sem que tivesse qualquer acesso a ela.
O golpe começou com uma ligação que parecia oficial. Do outro lado da linha, supostos atendentes da Caixa Econômica Federal alegavam que um empréstimo havia sido feito em nome da mãe da vítima. Surpresa com a informação, a moradora de Campo Bom negou qualquer conhecimento da operação e foi transferida para um falso setor de cancelamento.
Durante essa suposta “verificação de segurança”, a vítima forneceu dados pessoais e bancários. Com essas informações em mãos, os criminosos deram sequência ao golpe. “Em nenhum momento suspeitei, porque também estava nervosa, por se tratar de algo relacionado à minha mãe. E, na verdade, eles não estavam me ajudando, estavam solicitando meus dados para conseguir mais acesso às minhas contas”, contou a vítima.
Alegando estar auxiliando na proteção da conta, os golpistas induziram a mulher a acessar o aplicativo de outro banco e a seguir orientações que, na prática, permitiram que eles movimentassem o dinheiro.
Além de realizarem transferências e contratarem empréstimos, os criminosos ainda abriram uma nova conta bancária em nome da vítima, à qual ela não tinha qualquer acesso ou conhecimento prévio. O prejuízo estimado ultrapassa os R$ 40 mil.
Logo após perceber que havia caído em um golpe, a vítima entrou em contato com o gerente da Caixa para entender o que havia ocorrido. “Eu liguei para o gerente da Caixa. Eles fizeram os procedimentos e me disseram que, como as movimentações foram feitas pelo meu celular, entendem que fui eu quem realizou as ações — mas, na verdade, não fui.”
Esse tipo de crime faz parte de uma onda de fraudes cada vez mais elaboradas, que têm se espalhado pelo país. Apenas nos primeiros meses de 2025, milhares de pessoas relataram prejuízos semelhantes.
A campo-bonense afirma estar tomando as medidas cabíveis para tentar reverter os danos, mas relata dificuldades para obter apoio e encontrar soluções efetivas. “Realmente, eu não sei o que fazer. Não vejo um caminho claro. Vamos apertar o que der, economizar para pagar os prejuízos. De todos que pedi ajuda, ninguém conseguiu me ajudar de fato.”
COMO FUNCIONA O GOLPE DA FALSA CENTRAL
Os golpistas entram em contato por telefone, e-mail ou redes sociais, fingindo ser de bancos ou empresas conhecidas. Com um discurso técnico e convincente, alertam sobre supostas fraudes ou problemas em contas e induzem a vítima a seguir procedimentos para “cancelar” ou “corrigir” a situação. Nessa etapa, os criminosos conseguem acesso a dados e contas bancárias.
DICAS PARA EVITAR ESSE TIPO DE GOLPE:
- Desconfie de qualquer contato que gere urgência ou medo;
- Nunca forneça senhas, códigos de verificação ou acesso remoto por telefone;
- Bancos não solicitam informações sensíveis por mensagens ou ligações;
- Se tiver dúvidas, desligue e ligue diretamente para o banco usando os canais oficiais;
- Ative verificação em duas etapas sempre que possível;
- Registre ocorrência em caso de golpe ou tentativa.