CTG Palanques da Tradição foi vice-campeão na categoria mirim e teve campeã no solo vocal feminino juvenil com Siéli Prado
O talento campo-bonense brilhou forte no Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart) realizado no último fim de semana, de 4 a 6 de julho, em Erechim. O CTG Palanques da Tradição representou Campo Bom com destaque e voltou para casa com duas grandes conquistas: o 2º lugar na categoria mirim e o 1º lugar na modalidade Intérprete Solista Vocal Feminino Juvenil, com a jovem Siéli Prado.
Organizado pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG-RS) e pela 19ª Região Tradicionalista, o evento reuniu mais de 2 mil participantes de diferentes regiões do Estado. As apresentações ocorreram simultaneamente em oito palcos, com modalidades como danças tradicionais, dança de salão, chula, declamação, interpretação vocal e gaita de botão. A expectativa da prefeitura de Erechim era de receber cerca de 10 mil visitantes durante os três dias de programação.
Trabalho em equipe e amor à tradição
O instrutor do grupo, Diego Moro, que atua ao lado dos também instrutores Talia e Clovinho, também conversou com o jornal e explicou os bastidores da preparação: “O grupo se preparou intensamente, não apenas para o Enart, mas ao longo de todo o ano, em função das demais competições e festivais. Porém, especificamente para o Enart, enfrentamos semanas bastante desafiadoras em relação à saúde física das crianças. O frio intenso trouxe uma onda de gripes e problemas respiratórios, e isso afetou diretamente os ensaios. Na semana anterior ao festival, inclusive, foi necessário cancelar alguns encontros para priorizar o bem-estar das crianças. Ainda assim, tivemos uma preparação forte, com muito ensaio e dedicação, porque reconhecemos a grandiosidade do Enart e sabemos que ele exige o nosso máximo.”
Ao falar sobre os motivos do sucesso do Palanques, Diego destacou o sentimento coletivo: “Algo que sempre repetimos no Palanques (eu, Talia e Clovinho, instrutores do grupo) é que tudo o que fazemos parte do amor. E tentamos, acima de tudo, ensinar às crianças muito mais do que passos de dança. Queremos que elas vivam experiências dentro do CTG que deixem memórias, que formem caráter e que as façam crescer como pessoas. Quando o foco não está apenas no resultado ou na vitória, mas sim no processo e no aprendizado, conseguimos manter um grupo mais forte e unido.
Nosso sucesso é construído em conjunto, com os instrutores, a coordenação, a patronagem, os pais e, claro, as crianças. Cada um tem um papel essencial. Esse espírito de equipe e colaboração é o que torna o nosso trabalho mais sólido e verdadeiro.”
E concluiu com o orgulho de representar Campo Bom: “É um sentimento de profundo orgulho. Estar entre os melhores do Estado é uma conquista que nos enche de felicidade. Sabemos o quanto é difícil chegar lá, o quanto cada grupo se dedica. Representar o CTG Palanques da Tradição e o município de Campo Bom nesse patamar nos fortalece ainda mais. Nos dá a certeza de que seguimos firmes nos nossos valores, nos nossos sonhos e naquilo que acreditamos.”
Uma conquista construída com dedicação
Em entrevista ao AG, a campeã Siéli Prado compartilhou o quanto a preparação exigiu entrega e constância:

“A preparação não começou agora, ela vem de anos e anos. Ensaios durante a semana, escolha da música, compreensão da letra, aquecimento vocal, muito cuidado com a saúde, proteção contra o frio, participação em muitos rodeios, ganhando ou não, e aprendendo com eles. E claro, muito gargarejo que meus pais fizeram nesses anos para mim.”
Sobre o momento do anúncio da vitória, Siéli não conteve a emoção: “Foi um sentimento inexplicável! Eu pedia a Deus que acontecesse o melhor pra mim e, independente do resultado, sair satisfeita do palco com o que eu fiz seria o maior troféu. E, logo após anunciarem, eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Eu tinha me tornado campeã do Enart Juvenil. A primeira reação foi sorrir e agradecer a sorte de tantas pessoas que me ajudaram de alguma forma nesse caminho. Principalmente meus pais, Silvio e Elis, meu professor João Soledad e minha entidade, o CTG Palanques da Tradição. Não é uma caminhada fácil, mas é muito gratificante.”
Estreia com emoção
Quem também deixou seu relato foi a pequena Betina Rossi Spengler, de apenas 11 anos, que participou pela primeira vez do Enart:

“Foi muita emoção e muita felicidade, porque estar com o meu grupo é muito legal. A gente faz o que ama e dá o nosso melhor no tablado. E ainda mais por estar em uma competição tão grande como o Enart.”
“A sensação é de felicidade, porque a gente sabe que fez o nosso melhor. Estar em 2º lugar foi incrível! Nós ficamos muito nervosos na hora do resultado, ansiosos, porque eram muitos grupos.”