Em noventa dias à frente da gestão do Hospital Dr. Lauro Reus, a Associação Beneficente São Miguel – ABSM tem atingido as metas de atendimento, entre consultas de emergência, seletivas, exames, internações e cirurgias. O contrato assinado em caráter emergencial começou a valer a partir da meia noite do dia 14 de outubro e se estende até o mês de abril.

Para o diretor Jeferson William Moschem, a união de forças fez a diferença, tanto no processo de transição como nos primeiros meses de administração para garantir o atendimento de qualidade aos pacientes. “Como o momento era extremamente delicado e refletia uma grave crise no sistema hospitalar, nós priorizamos ações urgentes como as negociações com o corpo clínico e a contratação e ampliação de serviços, além da ampliação no número de funcionários, que estava defasado”, destaca.

De acordo com Moschem, houve acréscimo de 16%, no quadro de pessoal (passando de 172 funcionários para 200), consequentemente aumentando a capacidade de atendimento. “Os cargos ocupados eram em funções em que identificamos a real defasagem e necessidade de contratação. Que além de trabalharem para eliminar as filas e o tempo de esperas, aumentam a segurança e a qualidade do cuidado”, pontua.

Procedimentos

Novos serviços e projetos foram implantados e os resultados já podem ser considerados satisfatórios afirma Moschem. “Nem tudo se resolveu, temos consciência, mas os resultados já mostram que o modelo ABSM de administrar é diferente. Estamos prezando pelo diálogo com todos os setores”, comenta.

Uma das novidades que ganhou destaque é que no mês de novembro, o Lauro Reus já havia registrado seis procedimentos de cirurgia vascular e outros quatro na especialidade de urologia. E também passaram a ocorrer procedimentos de endoscopia e colonoscopia aos sábados, além da agenda prévia já realizada pela Secretaria Municipal de Saúde, às terças-feiras.

Já no mês de dezembro uma ação conjunta entre a Prefeitura de Campo Bom e a Associação São Miguel, ABSM, começou a disponibilizar consultas com oncologista. Especialidade que o município não contava e até então eram oferecidas somente em Novo Hamburgo (reguladas pelo SUS). O médico oncologista Rafael França, que também é presidente da São Miguel, iniciou os atendimentos dos cerca de 40 pacientes que aguardam na fila de espera. Outra medida que está sendo estudada e que já havia sido anunciada pela São Miguel em outubro, quando assumiu o serviço, é a implantação de uma unidade privada de assistência oncológica, através de convênios e particulares, o que também oportunizará a captação de mais receitas para o hospital.

Nova licitação

O novo processo licitatório, que definirá a empresa administradora do hospital, já está em andamento.

Laboratório próprio

Uma das medidas adotadas pela atual gestora foi a instalação de um laboratório de análises dentro do Lauro Reus. Antes da implantação, os exames coletados no Hospital eram realizados em laboratórios de Novo Hamburgo e Porto Alegre, o que acabava aumentando o tempo de espera dos pacientes, principalmente no Pronto Atendimento. Para obter um resultado levava em média de quatro horas. Hoje, este tempo será de 30 a 120 minutos no máximo, dependendo da complexidade de cada exame. A nova realidade contribui ainda com a redução de custo mensal do Hospital, que deve economizar em torno de R$ 9 mil por mês. Antes este valor era gasto somente com despesas de transporte para o envio de coletas aos laboratórios que prestavam o serviço.
O diretor destaca ainda a compra do novo equipamento de raio- x, e a reforma das salas onde os exames são realizados. Hoje o hospital conta com dois aparelhos. “Mensalmente estamos realizando 2.800 exames”, informa.