União através de uma corda

Angélica Spengler/AG

Todas as pessoas encaram dificuldades e precisam superar barreiras diariamente. Quem possui algum tipo de deficiência enfrenta ainda mais desafios, e ter apoio é fundamental para seguir em frente e não desistir diante dos obstáculos.

A família desempenha papel fundamental no processo de desenvolvimento e na aprendizagem, como mediadora das interações, nas formas de comunicação, nas relações da pessoa com o mundo e no processo de construção do conhecimento.

Deficiente visual desde os 14 anos, o campo-bonense Eduardo Augusto Scheffel, agora com 22, se redescobriu na ciclovia do município através do projeto Sexto Sentido RS.

Eduardo conta que descobriu que perderia a visão ao longo dos anos e, quando chegou ao segundo ano do ensino médio, perdeu-a, mas não por completo, pois ainda consegue ver o vulto das pessoas. Ele admite que pensou em desistir da escola e não se formar. Contudo, com muita persistência e ajuda da mãe e de colegas, Eduardo conseguiu concluir esta fase da vida com sucesso.

O projeto

O Projeto Sexto Sentido, nascido em Florianópolis/SC, chegou à Porto Alegre/RS em 2017 e é uma ação voluntária que visa unir corredores de rua e/ou trilhas a pessoas cegas ou com baixa visão, independentemente de ser atleta ou não, para guiá-los em treinos e provas. Ambos ficam lado a lado — uma corda conecta os dois pelas mãos.

O objetivo é, justamente, a inclusão social a partir da atividade paradesportiva, contribuindo para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência visual e, também, para os guias voluntários. “O que a gente mais precisa é de incentivo. A maioria dos deficientes não tem esses incentivos dos amigos ou da família e não vão atrás dos projetos. Muitas vezes é outro deficiente que mostra que pode dar certo e incentiva para que possamos ir atrás”, expressa Eduardo.

“O Projeto Sexto Sentido é muito bom para os pais também. É maravilhoso para ajudar a trabalhar a nossa cabeça, pois os deficientes visuais vivem no mesmo mundo que a gente, eles só vivem de um jeito um pouco diferente”, expressa a mãe de Eduardo, dona Vera.

Caso você possua deficiência visual e queira um guia para praticar corridas e caminhadas, segue o nome e contato dos guias em Campo Bom: Fábio Benides (51 99165.7152), Luis Silva (51 99372.5399) e Janislei Bech (51 99923.2656).

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