Um refúgio para vítimas de violência doméstica

Giordanna Vallejos/AG

Local oferece acolhimento e suporte para mulheres em situação de violência

Por Giordanna Vallejos

O Agosto Lilás é uma campanha de conscientização e combate à violência contra a mulher, que ocorre durante todo o mês de agosto. A cor lilás foi escolhida como símbolo da campanha, por representar a luta pela igualdade de gênero e o enfrentamento à violência doméstica e familiar.

Em um cenário onde a violência doméstica ainda persiste, a Sala das Margaridas emerge como um farol de esperança e apoio para as mulheres que buscam escapar do ciclo de abuso. Criada pela Polícia Civil para atender às vítimas de violência, essa iniciativa inovadora está abrindo caminho para mudanças positivas. A Sala das Margaridas de Campo Bom foi a primeira criada em Delegacia de Polícia Distrital, em todo o Rio Grande do Sul.

Uma jornada de acolhimento e orientação

A escrivã de polícia, Magali de Souza Rodrigues, compartilha como a Sala das Margaridas nasceu como uma resposta direta à urgente necessidade de um ambiente seguro para as vítimas de violência. “A Sala das Margaridas foi criada para atender as mulheres vítimas de violência doméstica. Aqui, elas encontram um espaço de acolhimento, onde podem registrar suas ocorrências, depor e receber encaminhamentos para medidas protetivas judiciais.” O atendimento, realizado por policiais capacitados, é um diferencial, oferecendo privacidade e conforto. “ Acho que as mulheres ficam mais a vontade por serem atendidas por outra mulher”, explica.

As principais formas de violência doméstica

Violência física: Qualquer ato que cause dano físico à vítima, incluindo socos, tapas, empurrões, estrangulamento, queimaduras, entre outros.

Violência psicológica ou emocional: Comportamentos que visam degradar emocionalmente, como ameaças, humilhações, chantagem, manipulação, isolamento social, insultos, ridicularização, controle excessivo e rebaixamento da autoestima.

Violência sexual: Qualquer forma de agressão sexual, incluindo estupro, coerção sexual, abuso sexual, assédio sexual, exploração sexual e qualquer outro ato sexual realizado sem o consentimento da vítima.

Violência patrimonial ou econômica: Ações que visam controlar, restringir ou prejudicar os recursos financeiros e patrimoniais da vítima, como reter dinheiro, negar acesso a recursos financeiros, destruir bens materiais ou documentos importantes, entre outros.

Desafios após o registro da ocorrência

“No meu ponto de vista, o nosso trabalho é limitado, enquanto polícia civil, ainda precisamos de uma rede de apoio unificada para dar assistência à vítima após o registro da ocorrência. A Sala das Margaridas, sem minimizar o nosso trabalho, é somente para dar o primeiro registro e acolhimento da mulher. Mas quando acaba esse acolhimento, para onde vai essa mulher?”, disse Magali de Souza Rodrigues

Como encontrar

A Sala das Margaridas opera de 8h30 às 12h e das 13h30 às 18h, proporcionando flexibilidade para aqueles que precisam de assistência. “Atendo até fora dos horários, se necessário.”, disse Magali, destacando que a delegacia tem plantão 24h. Com um telefone celular dedicado, (51) 98503-8802, a sala garante que as vítimas possam buscar ajuda quando necessário. O número significativo de 25 a 30 ocorrências de violência doméstica registradas por mês na cidade, demonstra a urgência dessa causa.

Enquanto a Sala das Margaridas proporciona um começo importante para as mulheres em busca de segurança e apoio, a jornada para uma vida livre de violência exige uma rede mais ampla e abrangente. Os desafios persistem após o primeiro passo, mas o compromisso de profissionais como Magali e a conscientização contínua sobre a violência doméstica podem, eventualmente, levar a uma mudança duradoura na sociedade.

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