Trabalho voluntário como ferramenta de transformação social

“Campo Bom eternamente
Estarás no meu coração
Praças, parques de lazer
Tua cultura e educação.
Teus filhos que aqui nasceram
E também os de adoção
É com orgulho verdadeiro…”

Se você é campo-bonense, certamente não leu, mas cantou os versos acima. Trata-se de um trecho do hino do Campo Bom. Cidade quente, calorosa, referência quando o assunto é cultura e educação. Talvez, como diz o próprio hino, por ter sido construída pelos filhos que aqui nasceram e também os de adoção. Mas a força que se emana na população de pouco mais de 66.712 mil habitantes, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), ultrapassa as barreiras territoriais. Pessoas que se preocupam com as outras, pessoas que dedicaram suas vidas em ajudar o próximo, a lutar por uma causa. Neste 61º aniversário de Campo Bom o AG reuniu histórias de campo-bonenses de coração, que aqui nasceram ou escolherem o município para viver. Vamos mostrar histórias reais de amor e dedicação, vamos falar do Orgulho da Nossa Gente.

Conheça Claison Machado

Quando o assunto é voluntariado no bairro Vila Nova o nome dele é sempre lembrado. Claison Machado, presidente da Associação de Moradores é um dos maiores símbolos quando o assunto é ajudar o próximo em Campo Bom. Natural de Crissiumal, no noroeste do Rio Grande do Sul, o acadêmico de Administração chegou ao munícipio em 1986, com os pais Salvador e Renate Machado e os seis irmãos. “Como não havia emprego lá, meu pai e um dos meus tios vieram para Campo Bom, que era conhecida como sinônimo de progresso em busca de trabalho. Logo após, meu pai buscou a família”, relembra com carinho Machado que cresceu no Vila Nova, na época um dos bairros mais distantes do Centro do município. “Era como viver no interior mas estando na cidade. Era um campo aberto na divisa com Novo Hamburgo, cresci brincando no Arroio dos Eucaliptos que era cristalino. Nós tomávamos banho e era possível até pescar”. Machado cresceu junto com o bairro e percebeu que não poderia virar os olhos para os problemas que o cercavam. “Infelizmente a desigualdade social e a criminalidade chegaram ao Vila Nova. Precisava fazer alguma coisa pelo meu bairro, pela cidade que acolheu minha família”, disse. Assim começou a dedicar sua vida a pessoas que precisam. Como ele mesmo diz “não acredito que possa mudar o mundo, mas sei que posso mudar o mundo de algumas pessoas”. Hoje aos 37 anos, casado com Carina Ramos, pai de cinco filhos, coordenador do Complexo Cultural CEI, responsável pelo cinema e o teatro e estudante, a rotina atribulada que tem, ao menos, três jornadas diárias, não tira o entusiasmo em atuar como voluntário. Através da Associação de Moradores, que oferece gratuitamente aulas de capoeira, Machado promoveu eventos tradicionais no município, como a festa de Natal e Dia das Crianças, que reúne centenas de pessoas e promove uma tarde especial a famílias de baixa renda. Além de implantar uma horta comunitária onde existia um lixão na comunidade. “Acredito que pequenas atitudes possam contribuir para uma cidade melhor. Sempre senti a necessidade de fazer algo que pudesse ajudar as pessoas e motivá-las a seguir diante das dificuldades. Aliar essa prática tão prazerosa à missão de promover o bem, me faz um ser humano melhor”, observa. “Não me vejo morando em outro lugar que não seja em Campo Bom, muito menos em outro bairro que não seja no Vila Nova. Minha vida é aqui. É aqui que quero criar meus filhos, é aqui que quero colaborar por uma Campo Bom melhor”.

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