Saiba como funciona o transplante de orgãos entre pessoas vivas

A doação de órgãos pode salvar várias vidas. Uma única pessoa pode salvar cerca de 10 pessoas quando opta por ser um doador após a morte. Mas, você sabia que não precisa esperar e pode agir agora mesmo?

O transplante de órgãos pode ser feito de duas maneiras: com doador vivo ou falecido. Isso porque, em vida, pode-se doar um dos rins, parte do fígado, parte dos pulmões ou medula óssea. Nesses casos, a legislação brasileira permite que cônjuges e parentes de até quarto grau sejam doadores. Para pessoas que não são parentes, só é possível com autorização judicial, exceto nos casos de doação de medula óssea.

Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos quatro anos, foram realizados, somente no Brasil, mais de 15 mil transplantes entre pessoas vivas no Sistema Único de Saúde (SUS). O transplante é possível desde que não impeça o organismo do doador de continuar vivo e não ofereça risco para a pessoa.

As principais condições que podem ser beneficiadas com o transplante entre pessoas vivas são: Rim: insuficiência renal crônica; Fígado: doença hepática crônica ou hepatite fulminante; Pulmão: casos graves de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), hipertensão pulmonar ou fibrose cística; Medula óssea: doenças que afetam as células do sangue, como leucemias e linfomas, podendo beneficiar no tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias.

Existem riscos ao doador?

O doador, no caso do transplante de fígado, por exemplo, pode ter problemas como dor abdominal, sangramentos e fístula biliar. A dor é comum no pós-operatório devido ao trauma da cirurgia, já as outras complicações são menos frequentes. O risco de morte para quem doa uma parte do fígado é pequeno, sendo menos de 1%. Além do mais, até 70% do fígado pode ser doado, uma vez que ele se regenera.

Em relação ao procedimento de rim, é necessário um órgão inteiro, assim o voluntário passa a viver com apenas um deles, mas que é capaz de exercer as funções renais normalmente. Caso semelhante ocorre no transplante de pulmão.

Como os dois pulmões juntos têm no total cinco lobos — dois no pulmão esquerdo e três no direito, geralmente são retirados um ou dois para doação. O pulmão do doador não voltará a ter o mesmo tamanho, como acontece com a regeneração do fígado, entretanto, os lobos restantes serão capazes de desempenhar as funções respiratórias de maneira satisfatória.

A doação de medula óssea é a modalidade mais simples, comparada a de órgãos sólidos. A retirada pode ser feita de duas formas: uma consiste em punções no osso da bacia feitas em centro cirúrgico, com anestesia geral; e a outra é realizada por coleta de sangue na veia, sem anestesia. Os riscos são mínimos em ambos os casos, e a medula se recupera em poucas semanas. Caso o procedimento escolhido seja o de punções, a alta do doador ocorre no dia seguinte ao procedimento.
É importante ressaltar que nem todas as pessoas podem ser doadoras em vida. Para isso, é necessário apresentar boas condições de saúde comprovadas por exames médicos, sendo que gestantes não podem doar de órgãos. Em relação à medula óssea, a prática só é permitida quando não oferecer riscos à saúde.

*Todos os dados foram retirados do site do Governo Federal

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