Representatividade feminina no esporte

Giordanna Vallejos/AG

Isabela é a única menina a jogar futsal em sua categoria, nos projetos Moleque Bom de Bola e Acolher

Por Giordanna Vallejos

Com a bola no pé, é quando Isabela Boeira Mergener, conhecida como Belinha, de 11 anos, se sente em casa. Ela joga sem timidez e sem parecer nunca cansar, em uma categoria apenas com meninos da sua idade, a sub-11.]

Belinha atualmente é moradora do bairro Paulista, treina futsal na escola Tiradentes, no projeto Moleque Bom de Bola e no projeto Acolher. “Comecei aos 4 anos. No Moleque Bom de Bola e no Acolher, jogo com os meninos, mas eu queria que tivesse mais meninas. Muitas têm medo de jogar e de ser julgadas também. Eu sofro um ou outro preconceito por jogar, mas eu nem dou bola. Fico pensando em ser jogadora profissional. Acho os treinos bem legais e a parte mais legal da escola é a educação física”, disse ela.

MBB pretende criar time feminino

O diretor financeiro, Rodrigo Costa, o presidente Fabio Heldt e o diretor de futebol, Alberto Atkinson, explicam que dos 135 alunos matriculados no projeto Moleque Bom de Bola (MBB), apenas 8 são meninas. “Ano que vem temos a pretensão de abrir uma sub-15 para podermos disputar as competições no futsal feminino, queremos que seja uma treinadora mulher também, convidaremos algumas mães para nos acompanhar”, disse a direção.

O poder do incentivo

A mãe dela, Elisandra Araujo Boeira, foi a sua maior incentivadora. Quando percebeu que antes mesmo de completar três anos, Isabela tinha algo diferente enquanto jogava, decidiu procurar o projeto Acolher, no qual a filha começou a praticar futsal com apenas 4 anos. Depois de um tempo, Elisandra matriculou ela para jogar também no Moleque Bom de Bola, para poder participar de campeonatos.

“Através do esporte ela conseguiu bolsa integral no Tiradentes. É só estudar e praticar esportes, que é o que ela mais gosta, lá ela faz atletismo, basquete, vôlei, futsal. Ela tem uma semana muito intensa, mas para ela é muito prazeroso e nunca está cansada”, relata a mãe, enquanto olha a filha jogar em quadra. E acrescenta: “Ela tem notas ótimas na escola, mesmo tendo pouco tempo livre, é bem dedicada nos estudos”.

Para a mãe, que viu sempre a filha jogar com meninos, os pais deveriam incentivar mais as meninas a treinar e não ficar pensando se vão se machucar. “Ela sempre jogou com meninos, porque nunca tinha uma menina para ela jogar. Ela driblava, fazia uns movimentos diferentes, veio de uma casa de atletas, outras duas filhas minhas jogam. Eu sempre incentivei todos eles a praticar esportes, porque quando eu era criança, sempre quis praticar, mas não conseguia por ser PcD, não consigo correr”.

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