A bancada feminina na Câmara de Vereadores de Campo Bom será composta por três mulheres na próxima legislatura (2021-2024) – o que representa 27% das cadeiras. Hoje, a bancada feminina representa 9% do Legislativo, com uma vereadora. Entre as eleitas, duas ocuparão o cargo pela primeira vez.
Apesar de baixo, o número de representação feminina é o maior da história do Legislativo campo-bonense.
Ao longo de 61 anos de história da Câmara apenas quatro mulheres exerceram o cargo de vereadoras. A pioneira, Maria do Carmo da Silva (Arena), assumiu em 1977, se reelegendo em 1983, em uma época que os mandatos eram de seis anos. Em 1988, Celene íris Adan Thoen (PDS), foi eleita permanecendo no cargo de 1989 à 1992, depois de Celene por três legislatura (doze anos) nenhuma mulher foi eleita vereadora no município.Em 2004, Maria Marlene Bett quebrou o jejum feminino na Câmara, sendo umas das vencedoras do pleito cumprindo mandato de 2005 a 2008. A quarta mulher a assumir uma as onze cadeiras no Legislativo municipal foi a atual vereadora Sandra Orth (PSDB), eleita no pleito de 2016 e reeleita este ano. Ela é uma das três mulheres que compõem a bancada feminina histórica. “As mulheres estão se tornando protagonistas das suas próprias histórias. São muitas em uma só e a sua capacidade vem sendo reconhecida pela sociedade. Na política, a mulher vem se apresentando com muita determinação, garra, sensibilidade e empatia, buscando o seu espaço e ampliando o mesmo. Suas qualidades estão se destacando no meio até então masculino. As mulheres não estão ocupando o lugar de ninguém, estão ocupando um espaço que é seu por merecimento”, afirmou a vereadora do PSDB, Sandra Orth.
Apesar do ligeiro aumento no número de vereadoras entre 2016 e 2020, a representatividade feminina no Legislativo segue bem abaixo da proporção de mulheres no eleitorado. Conforme o TSE, as mulheres representam 52,3% do eleitorado campo-bonense. Realidade que as vereadoras pretendem modificar. “Fico muito feliz por Campo Bom ter três mulheres no Legislativo, um marco histórico, que desejo, que se repita e amplie a cada eleição”, pontuou a vereadora do PSDB.
Além de Sandra, duas estreantes saíram vencedoras do pleito, entre elas a candidata mais votada nas eleições de 2020, a empresária Kayanne Braga (PTB) e a professora Gênifer Engers (PDT). “Me sinto lisonjeada de fazer parte dessa história, principalmente por estar ao lado de duas mulheres professoras, acredito seriamente que nossa cidade tem muito a ganhar com essa bancada feminina”, pontuou Kayanne Braga (PTB). O avanço institucional, que vem no bojo de uma luta por mais direitos e pela representatividade foi comemorado. ” Há algum tempo as mulheres tem optado por serem mais protagonistas das causas políticas e sociais e vem gradativamente ganhando estes espaços. A luta pela igualdade de gênero e participação da mulher em todas as vertentes da nossa sociedade é um princípio visceral da nossa constituição. Quando uma mulher ocupa um espaço de poder, outras mulheres passam a acreditar que também podem ocupar e isso consequentemente aumenta a procura, o engajamento e desperta o desejo pela busca dos seus objetivos” afirma a professora Gênifer Engers (PDT), eleita para a próxima legislatura.