Reinventa Campo Bom: O desafio do aprendizado on-line

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Na segunda matéria da série “Reinventa Campo Bom”, vamos falar sobre os desafios encontrados pelos profissionais de educação física para ensinar durante a pandemia. Enquanto a maioria das escolas e academias se fecharam por conta do isolamento social, algumas se abriram para o digital e mantiveram professores e alunos conectados.

Em seis meses, o avanço dos casos de Covid-19 fez com que o mundo entrasse em alerta máximo. O fechamento das academias e escolas de artes marciais por conta da expansão da pandemia do novo Coronavírus exigiu que os profissionais de educação física buscassem novas formas de desenvolver o trabalho e oferecer suas aulas. Surgiu então a tendência das aulas e consultorias on-line, que já ganhavam força, mas agora devem se consolidar de vez como alternativa de serviço na profissão.

De acordo com o Google Trends, que monitora os assuntos mais pesquisados no Brasil e no mundo, a procura por aulas online em geral (escolar, balé, dança, zumba, defesa pessoal, arte marcial) e cursos aumentou bastante nos últimos 60 dias, mais de 64%, destacando o interesse das pessoas por essas atividades durante a quarentena.

Para minimizar o distanciamento social, educadores marciais se adaptaram e oferecem aulas e consultoria por WhatsApp, apresentam lives, videoconferências e vídeos técnicos em suas redes sociais. Neste momento atípico, a tecnologia se mostrou uma opção de trabalho, como foi o caso da escola de artes márcias Pa-Kua que há dez anos atua no município na avenida São Leopoldo, 210, com oito modalidades diferentes: arte marcial, armas de corte, acrobacia, PaKua Ritmo, Arqueria Chinesa, Tai Chi, Yoga Chinesa e PaKua Chi. A instituição se adaptou ao “novo normal” através das ferramentas digitais. “A adaptação das aulas foi bastante lenta aqui em Campo Bom. Tiveram outras cidades, estados e países que conseguiram se adaptar um pouco melhor no início. Atualmente como as pessoas viram que a duração da pandemia seria por maior tempo que imaginavam, elas estão buscando as aulas on-line”, revelou Gabriel Pinheiro dos Passos, mestre IV grau na Pa-Kua.

A experiência é nova para profissionais que estavam habituados com o contato direto com os alunos e, segundo o mestre, jamais substituirão o trabalho presencial do professor/mestre e as tradições filosóficas das artes marciais. “Nós sabemos que fica mais difícil orientar os alunos à distância, entretanto, o propósito é oferecer meios para que você possa evoluir nessa quarentena, respeitando as normas de higienização e prevenção indicadas pela Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde”, comenta Passos, que completa, “ Nunca havíamos trabalhado no formato virtual, pois pela filosofia da escola, acreditamos que o contato mestre e aluno no tatame seja fundamental, principalmente do ponto de vista energético”.

A fim de manter os alunos ativos em suas modalidades, o período da quarentena pôde dar ênfase para as partes de movimentação e posicionamento correto das posturas, trabalhando também o movimento técnico dos golpes. “A nossa preocupação foi de que os alunos não conseguissem se adaptar justamente por que vai contra a ideia da escola. Além das preocupações financeiras dos alunos prejudicados pela pandemia”.

Mas, com o passar do tempo, a expectativa para voltar aos treinos presenciais foi aumentando. As aulas retornaram no mês de abril sem contato físico, limite de pessoas, reforço na higienização e outros protocolos de segurança. “Seguindo os protocolos exigidos pelas autoridades de saúde, verificamos a temperatura corporal de todos os alunos antes de iniciarmos as aulas, passamos álcool em gel no início e durante as aulas, separamos os alunos em pequenas “ilhas” demarcadas no tatame, estipulamos um intervalo entre as aulas para realizar a sanitização do tatame e evitar o encontro entre as turmas que terminaram suas aulas e as que irão iniciar, e exigir o uso da máscara” aponta o profissional.

PaKua Campo Bom

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