Com a crise do Coronavírus, o desemprego e a diminuição da fonte de renda foram um dos impactos mais duros da pandemia na vida de cada pessoa, e, as consequentes mudanças causadas pela pandemia tornaram-se centro de discussão em todo o mundo. Com o objetivo de refletir sobre o tema, o Jornal A Gazeta estreia, nesta semana, uma série de reportagens com profissionais que tiveram ideias criativas para se reinventar durante o isolamento social e o que se pode aprender com as mudanças no mercado de trabalho.
Ainda não se sabe como será o mundo pós-pandemia do novo Coronavírus, mas uma coisa é certa, ele será diferente. Tal fato interfere diretamente no mercado de trabalho, com a crise, o desemprego aumentou ainda mais nos últimos seis meses. Isso porque o isolamento social e as normas de segurança afetaram pequenas e grandes empresas que tiveram que paralisar as atividades temporariamente. Portanto, o momento exige calma e, principalmente, muita criatividade para se reinventar.
O professor de dança gaúcha, Diego Moro, 28, tem usado as panelas de casa para promover mudanças, dar a volta por cima e manter a renda. Com uma receita de família ele começou a produzir e vender lasanha para segurar as pontas, seja no “boca a boca” ou por aplicativos. Técnico em design de calçados, o morador do bairro 25 de Julho há cinco anos se dedica a ensinar sobre a cultura e os costumes do Rio Grande do Sul em escolas e CTG de Campo Bom, Novo Hamburgo, Sapiranga e Nova Hartz. “Com a percepção de que as coisas não voltariam tão cedo ao normal, e sabendo que a arte e a cultura num geral foram muito prejudicadas, busquei uma alternativa para compensar a diminuição de renda que se apresentou”, pontua Moro.
A lasanha de carne de panela além de ser deliciosa, agora é a fonte de renda no meio da pandemia do Coronavírus. “Eu sempre gostei de cozinhar, e a lasanha sempre foi sucesso entre minha família e também os amigos. Quando precisei pensar num plano B para reforçar minha renda, logo me veio à mente essa possibilidade de explorar a produção em maior quantidade desse prato que já fazia sucesso na minha casa”.
Apesar das tendências negativas e impactantes causadas pela Covid, o professor levou ao pé da letra a ideia de que crise gera oportunidade. “A pandemia foi um empurrão para muitas coisas, além de empreender. Eu vivia uma vida muito corrida, sem tempo e nem oportunidade para pensar e fazer algo diferente da minha rotina. Uma vez que a crise me obrigou a parar, a cabeça começou a explorar coisas novas e que me fazem bem. Por mais difícil que a crise esteja sendo, consigo visualizar os pontos positivos dessa nova realidade”, afirma Moro.
Setor de alimentação foi o que mais cresceu
Os empreendedores por necessidade —aqueles que perderam o emprego ou outras fontes de renda— são a maioria dos que buscam qualificação no Sebrae. Os atendimentos na entidade triplicaram desde o início da quarentena de acordo com dados do órgão. A analista de Relacionamento com Clientes do SEBRAE, Taisi Mendes Majewski, explica que é comum as pessoas apostarem em negócios no setor alimentício, beleza ou construção civil durante a pandemia. “Levando em consideração os atendimentos realizados com empreendedores de Campo Bom e as informações obtidas na Sala do Empreendedor da cidade, posso afirmar que hoje o setor de alimentação tem sido uma das maiores apostas”, revela.
Para a analista, o aumento no número de novos empreendedores seguirá como uma tendência nos próximos meses. Além do impacto da crise, também há quem veja oportunidade de negócio na nova realidade imposta pelo distanciamento social, especialmente em segmentos como alimentação, entregas de produtos e prestação de serviços. “Mas como sabemos que ser bom em tudo isso não é uma missão fácil, o Sebrae RS está aqui para ajudar em todas essas etapas, temos conteúdos, cursos e consultorias que podem ajudar bastante a aumentar as chances dessas empresas decolarem e serem bem sucedidas”, afirma Taisi.
De acordo com o Sebrae para empreender é preciso realizar uma série de análises, as mais importantes e por onde começar:
• Entender o mercado que pretende se inserir;
• Conhecer o seu público;
• Planejar bem cada etapa;
• Elaborar boas estratégias de marketing;
• Ter um fluxo de caixa controlado;
• Ter criatividade e Inovação.