Reinventa Campo Bom: Do limão à limonada

Angélica Spengler/AG

Na terceira matéria da série “Reinventa Campo Bom”, o foco são os pequenos empreendedores que reinventam seus negócios para que eles seguissem funcionando em meio à pandemia de Covid-19. As táticas anticrise vão de mudança de produto carro-chefe à utilização massiva das redes sociais.

Não há dúvidas de que a crise econômica, acentuada pela pandemia causada pela Covid-19, fez com que muitas pessoas ficassem desempregadas. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 716 mil empresas fecharam as portas desde o início do isolamento social, que no Brasil começou em meados de março.

Foi esse cenário complicado que permitiu que novas ideias surgissem e novos negócios começassem registrando um crescimento acelerado. Do outro lado, muitas empresas, que já existiam, precisaram se reinventar rapidamente para sobreviver ao período, reforçando a máxima sobre a crise ser um momento de oportunidades. Segundo uma pesquisa feita pelo Sebrae, o Coronavírus mudou o funcionamento de 5,3 milhões de pequenas empresas no Brasil. Foi o caso da Surpreendente Fashion Store, o negócio de família de Campo Bom aprendeu na prática a importância da comunicação digital com os resultados positivos do período de quarentena.

Possibilidades na quarentena

O balcão da loja era o WhatsApp. Os produtos novos não estavam mais apenas na vitrine, mas no feed do Instagram e os pedidos não paravam de chegar na página no Facebook. Essa foi a nova realidade que o trio de sócios Angela Maria Pereira, Jennifer Pereira Figueiró e Cristiano Rodrigues Figueiró, mãe, filha e genro, tiveram que se adaptar durante a pandemia causada pelo novo Coronavírus, que fez com que lojistas tivessem de fechar as portas para o público por um tempo e passassem a contar com a tecnologia para reinventar a forma de trabalhar.

A empresa que já utilizava as redes sociais massificou o trabalho durante a pandemia. “Usamos muito a internet e redes sociais como nossos aliados, fizemos promoções para nossas clientes, transformamos nosso atendimento presencial em on-line, através de chamadas de vídeos. Sempre pensando no nosso propósito: tratar as nossas clientes da melhor maneira possível”, detalha a empresária, Jennifer Pereira Figueiró.
A loja ficou fechada durante um mês, durante esse período os sócios viram na crise um novo nicho de mercado e passaram a confeccionar inicialmente máscaras de proteção. “Tivemos que fechar a loja, mas não ficamos sem trabalhar. Na verdade, trabalhamos mais do que estamos acostumados. Logo na primeira semana de paralisação iniciamos a confecção de máscaras de tecido para ajudar nos custos do mês, já que não poderíamos abrir e não era momento de vender roupas. Durante a paralização vendemos 1200 máscaras”, relembra Jennifer.

Em poucos dias as estratégias de marketing digital do trio começaram a dar frutos. Além de manter e aumentar as vendas durante a pandemia os empresários viram a possibilidade de expandir o negócio. Mudaram de endereço – uma sala mais ampla no Centro de Campo Bom- e inseriram um novo nicho de mercado. Agora além de roupas femininas do P ao G5 e acessórios a loja trabalha com lingerie plus size. “Se tivéssemos ficado reclamando e tristes por ter fechado e não ter ido em busca de uma solução, nós estaríamos com a mesma loja no mesmo lugar e não sei quanto tempo iria durar. Assim, nos reinventamos, mudamos de local e ampliamos a oferta de produtos”, afirma.

PIGE deu um empurrãozinho

Os lojistas foram um dos 138 beneficiados pelo do Programa de Incentivo à Geração de Emprego (PIGE) da Prefeitura de Campo Bom, que garantiu que empreendedores individuais, micro e pequenos empresários afetados pela redução de faturamento em virtude da pandemia recebessem auxílio de R$ 1.500,00 a R$ 4.500,00 para custear despesas com aluguel. “A ajuda do PIGE foi de suma importância para o crescimento da Surpreendente, somos muito gratos a Prefeitura e a todos envolvidos, neste momento toda a ajuda é bem-vinda. Durante a pandemia tivemos tempo para estudar, pensar, analisar e planejar. Sempre temos que ver o lado positivo das coisas, ter o problema e tentar resolver”, afirma a empresária.

De acordo com o coordenador da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Airton Schäfer, foram investidos no programa, até o momento R$ 304.650,00. “Considerando o grau de dificuldade no funcionamento das empresas, em função da pandemia, o PIGE evitou o encerramento de atividades de muitos empreendimentos beneficiados”, pontua Schäfer.

Sair da versão mobile