Protesto contra o aborto lota Câmara de Vereadores

Giordanna Vallejos/AG

Moção contra a ADPF 442, que pretende a descriminalização do aborto, foi aprovada na sessão

Por Giordanna Vallejos

Com emoções a flor da pele, foi a sessão da Câmara de Vereadores, na noite de segunda-feira, 02. Desde o início, o plenário estava lotado com a população, que se manifestou por meio de cartazes contra o aborto.

Essa movimentação ocorreu, pois os vereadores Jeferson Nunes (PDT), Sandra Orth (PSDB), Jair Wingert (PP), João Paulo (MDB), Alexandre Hoffmeister (PP), Celso Rodrigues (Republicanos) e Michele Closs (PDT), enviaram uma moção contra a ADPF 442, que pretende a descriminalização do aborto voluntário até o terceiro mês de gestação.

Essa moção pede apoio ao Congresso Nacional para impedir a tentativa de tornar o aborto legal por meio de uma ação judicial chamada ADPF 442. O objetivo é assegurar que o Congresso, responsável por criar leis, mantenha seu papel, e evitar que o Supremo Tribunal Federal decida sobre isso. Por fim, a moção destaca que a opinião da maioria das pessoas é contra o aborto, e que essa decisão deve ser tomada pelo Congresso, que representa o povo.

A voz dos vereadores

“É uma coisa muito triste termos que estar discutindo um assunto que nem deveria ter sido discutido. Nós só estamos passando por essa situação porque o Congresso se omite. Ninguém tem o direito de tirar a vida, só o nosso criador tem esse poder” – Alexandre Hoffmeister (PP)

“Na prerrogativa de cristão que sou, defendo a vida, que precisa ser respeitada. O STF tem que se colocar no papel que lhes compete. Saúdo meus irmãos católicos e evangélicos e de outras denominações. Digo sim para a vida, porque sou cristão” – Jair Wingert (PP)

“Esse é um dos momentos mais tristes da minha vida. É um absurdo que Campo Bom tenha que vir fazer a defesa da vida. Todos nós que estamos aqui um dia fomos esse feto. Se isso for aprovado, em cada cidade terá um frigorífico para morte de crianças” – Celso Rodrigues da Silva (Republicanos)

“O direito à vida precisa continuar a ser respeitado e qualquer mudança deve passar pelo voto. Estamos fazendo uma manifestação dizendo que somos contrários a isso. Que o Congresso possa se botar de pé contra os abusos do STF. Não me parece ser apenas uma questão de esquerda e direita, mas de direito à vida” – João Paulo (MDB)

“Valorizo a vida, sou cristã. Fui criada nos valores e hoje sou mãe de uma menina que completa dez anos. A Carolina é a melhor coisa que eu já fiz na minha vida. Fico emocionada em ver todos saindo de casa hoje, para que a gente defenda a vida de todas as formas.” – Michele Closs (PDT)

“O feto já é uma vida no útero, não temos direito de decidir por ele. Perdi meu bebê e ele era uma vida, uma vida desejada e doeu muito. Espero que o Congresso se manifestante e se posicione contra o aborto” – Sandra Orth (PSDB)

Durante a sessão, foram oito votos favoráveis e duas ausências. A cada fala dos vereadores, o público batia vigorosas palmas. Quando a ausência da vereadora da causa animal, Kayanne Braga, foi justificada devido a um atestado, foi possível ouvir vaias e o som de algumas pessoas imitando latidos e miados. Além disso, o vereador Celso Rodrigues, que ficou emocionado durante a sua fala sobre o aborto, teve um mal-estar e não conseguiu retornar para a sessão.

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