Campo Bom enfrentou um recorde histórico de chuvas no mês de maio deste ano, evidenciando os impactos das mudanças climáticas na região. Segundo Nilson Pedro Wolff, encarregado pela estação meteorológica local, o acumulado de 545,2 milímetros de chuva em maio foi quatro vezes superior à média histórica mensal de 126,1 milímetros. “É como se nós tivéssemos recebido num mês a chuva de quatro meses”, comenta Wolff.
Dados históricos
A estação meteorológica de Campo Bom, em operação há quase quatro décadas, tem registrado com precisão as variações climáticas locais. Wolff observa que, historicamente, quando o volume de chuva atinge 130 milímetros ou mais, o leito do rio dos Sinos transborda, causando enchentes na cidade. Este ano, com o acumulado de 545,2 milímetros, a situação foi extremamente grave. “O maio desse ano está sendo o mês mais chuvoso em 39 anos em Campo Bom”, relata Wolff, destacando a excepcionalidade do evento.
Fatores contribuintes
As condições meteorológicas que levaram a esse cenário extremo são complexas. Wolff explica que frentes frias ficaram bloqueadas na região metropolitana e não conseguiram avançar para o sudeste do país. “Isso foi devido a um bloqueio de uma massa de ar muito seca e quente no centro do país, que bloqueava o sistema de chuva”, detalha. Além disso, o fenômeno El Niño, conhecido por aumentar a precipitação no sul do Brasil, também desempenhou um papel significativo. “Ninguém esperava, ninguém estava preparado para isso”, admite Wolff, ressaltando a magnitude inesperada do evento.
A intensidade das chuvas e as consequentes enchentes são um reflexo das mudanças climáticas globais, exacerbadas por fatores locais como a urbanização desordenada. Medidas de mitigação, adaptação e conscientização são essenciais para enfrentar esses desafios e proteger a comunidade. O alerta de Wolff reforça a necessidade de ação imediata e planejada para evitar futuros desastres.
Consequências
A inundação causada pelo excesso de chuva resultou em sérios desafios para Campo Bom. Wolff destaca a importância da prevenção e das ações coordenadas pela Defesa Civil e pelas secretarias municipais. “A prevenção é fundamental. A Defesa Civil tem adotado medidas de prevenção para atender as pessoas em risco antes da chegada de todo o volume de água, para não ter agravamento da situação”, afirma.
Prevenção
A resposta às enchentes envolve tanto ações imediatas quanto planejamento de longo prazo. Wolff enfatiza a necessidade de monitoramento constante e preparação para eventos extremos, que estão se tornando mais frequentes devido às mudanças climáticas. “Os eventos recentes foram previstos com antecedência, mas a magnitude pegou todos de surpresa”, observa Wolff.