População ignora riscos de contágio e o movimento aumenta nas ruas

Angélica Spengler/AG

O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro no dia 24 de março levou mais pessoas a romper o distanciamento social e se expor ao risco de contágio nas ruas de Campo Bom. Na tarde de segunda-feira, 6, o movimento no Centro do município já era maior em relação aos primeiros dias do confinamento, que entrou em vigor no dia, 19, sábado e teve alterações ao longo das semanas. Essa constatação é da fiscalização da prefeitura e de profissionais que atuam em funções essenciais e observam o vaivém da população.

O movimento contrário às recomendações de médicos do mundo inteiro, visível nas redes sociais, é temerário e vem acompanhado de uma pressão de empresários para que o comércio reabra as portas. Ainda na quarta-feira, 1º de abril, o prefeito Luciano Orsi, em coletiva de imprensa online, voltou a reafirmar que o município seguirá mantendo as regras do distanciamento social para conter a propagação da pandemia em decorrência do Coronavírus na cidade.

O confinamento vem sendo desrespeitado principalmente por pessoas sem relação com o funcionamento de empresas. Na segunda-feira, o cenário no Centro era seguramente o mais agitado desde o início do decreto. “Hoje tem muito mais gente, o movimento está assim desde a manhã. Antes, era só o público que ia nas farmácias ou no mercado, agora tá maior, inclusive o pessoal circulando de carros”, conta a dona de casa, Marlene Rabelo.

O movimento de casais, famílias ou pessoas sozinhas na Avenida Brasil era considerável, bem como o tráfego de veículos. No Largo Irmãos Vetter, a reportagem contou cinco bancos ocupados por pessoas, alguns com mais de três pessoas. Nas Avenidas Voluntários da Pátria, São Leopoldo e João Schumann o movimento foi intenso durante todo o dia, com fluxo maior em frente às agências bancárias.

Impacto na Economia

A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campo Bom revela que há apontamentos de dificuldades financeiras envolvendo os pequenos empresários e comerciantes, mas respeitará as determinações do poder público. “Estamos muito preocupados com a situação de nossos empresários, principalmente do nosso comércio que estão sofrendo muito com a situação atual e infelizmente sabemos que os reflexos negativos da pandemia serão vividos por longos meses neste ano”, aponta o presidente da entidade, Omar Hoffmeister.

De acordo com dados divulgados apresentados pela Prefeitura de Campo Bom o custo diário estimado da paralização do setor, provocado pelo Coronavírus é de R$ 5,4 milhões. A cidade contabiliza mais de duas mil empresas paradas e tem na indústria seu maior empregador (com mais de 13 mil empregos formais). A prestação de serviços é o segundo ramo gerador de empregos, com 5,7 mil vagas ocupadas. Pessoas na informalidade chegam a 8,8 mil. “Esperamos que aos poucos possamos voltar a abrir nossas empresas, respeitando as normas de OMS sobre higienização e aglomeração de pessoas. Orientamos aos empresários que aproveitem o momento para pensar em seus negócios de forma estratégica para minimizar os danos desse período”, argumenta Hoffmeister.

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