Plano de arborização projeta plantio de 15 mil mudas de árvores até 2025

Vista aérea do Parcão de Campo Bom - Divulgação

Estudo aponta que 61% das árvores plantadas em passeios públicos causam conflitos com equipamentos urbanos e 65% apresentam má formação

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMA), apresentou no mês de março na Câmara de Vereadores, o Plano Municipal de Arborização Urbana. O objetivo é otimizar e modernizar as atividades de planejamento, gestão e expansão do patrimônio arbóreo em Campo Bom. A iniciativa foi aprovada por unanimidade pelo Legislativo já foi colocada em prática seguindo as regras previstas no estudo.

O plano traz um diagnóstico da arborização da cidade, caracterização urbanística, paisagística, social e econômica do município, colaborando também com o direcionamento do plantio de mudas, poda e corte de árvores. Além de pôr fim a problemas crônicos enfrentados na cidade como a ausência de informações sobre número de árvores e espécies, por exemplo.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Jéferson Timm, a ausência de informações científicas e técnicas sobre como proceder com a arborização em Campo Bom vinha trazendo problemas para a população e para a administração. “O projeto vai atender diversas necessidades diferentes. Desde a arborização de áreas que hoje não tem árvores até a substituição de espécies inadequadas e melhoramento da saúde das plantas. A poda, por exemplo, é uma das práticas a ser corrigida pois da maneira como é feita tradicionalmente deixa as árvores doentes e mal formadas. As espécies também tendem a ser substituídas por plantas mais bonitas e adequadas aos locais de plantio, cuidados que hoje não existem”, detalha Timm.

Para ele, o Plano de Arborização Urbana vai ajudar, a alinhar atividades que amenizem situações de plantio de espécies inadequadas, de poda irregular e de depredação de espécies nativas, que refletirão em uma arborização mais viçosa, mais densa, e na diminuição de transtorno como quedas de árvores, principalmente. “O principal objetivo é promover a arborização como elemento essencial de desenvolvimento urbano visando a melhoria da qualidade de vida, ao incremento e à manutenção da biodiversidade e ao equilíbrio ambiental. Além de integrar e envolver a população para que participem do processo, visando à manutenção e à preservação da arborização urbana”, comenta.

Diagnóstico

O diagnóstico atual apresentado pela SEMA revela que a arborização varia na área urbana de Campo Bom. O mapeamento que teve início em 2017, apontou que no município existiam 12.000 árvores plantadas somente nos passeios públicos, sendo que destas 61% causavam conflitos com equipamentos urbanos (fiação, calçadas, postes) e 65% apresentavam má formação. “Embora o município seja relativamente arborizado, o ideal para proporcionar qualidade de vida e diminuição nas temperaturas seria que houvessem cerca de 26.500 árvores, somente nos passeios públicos, sem contar com praças, parques e áreas de preservação”, aponta Timm. De acordo com o secretário, a defasagem arbórea em Campo Bom seria de 14.500 mudas.
O estudo apontou ainda que algumas ações de manejo são necessárias. Entre elas, as podas de condução e as de levantamento de copa são as recomendações mais indicadas, seguidas da remoção com replantio. “Nossa meta é plantar de 12 a 15 mil árvores em espaços vagos nas calçadas e áreas verdes. Acredito que, executando e mantendo estas políticas de arborização em cinco anos atingimos o ideal”, ressaltou.

O Plano de Arborização também estabelece um conjunto de métodos, medidas e diretrizes a serem adotadas para o gerenciamento da arborização urbana, como o espaçamento entre as mudas, distancia adequada para não interferir no passeio público além de estabelecer normas agronômicas para o perfeito desenvolvimento de cada espécie. “As áreas verdes e ruas arborizadas trazem conforto psicológico para as pessoas, criam corredores ecológicos para animais, barreiras contra poluição e uma série de outros serviços ecológicos. Nos anos oitenta houve intensa campanha no sul do Brasil pelo plantio de duas espécies, a extremosa e o ligustro, as duas são consideradas inadequadas e hoje causam muitos problemas, junto com a canela e o jambolão. Então, no sentido de haver um planejamento com regras e espécies tecnicamente selecionadas para plantio, podemos dizer que o plano é uma iniciativa inédita na cidade”, comenta.

Segundo o secretário, o Plano de Arborização Urbana vai criar condições para que a Prefeitura possa atender às demandas e expectativas da população de forma mais rápida e eficiente. “Dessa forma, eventuais problemas com árvores tendem a diminuir com o tempo. O plano deverá nortear o trabalho da equipe técnica do setor de arborização da SEMA nas ações programadas e em alguns casos possibilita que a equipe possa agir preventivamente”, disse.

O Plano contempla ainda iniciativas como o Programa Arboriza Campo Bom que estimula a ampla participação da comunidade na manutenção do patrimônio arbóreo,w além do processamento e o emprego de resíduos de poda.

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