O verão promete: Onda de calor pode elevar temperaturas a quase 40 graus no Sul

“E esse calor, hein?” Poucas são as pessoas que se arriscam a andar nas ruas, mas essa é umas das frases mais ouvidas no momento em Campo Bom, onde nem os ventiladores – e algumas vezes nem o ar condicionado – suportam mais as altas temperaturas.

Uma onda de calor intensa atinge a região central da América do Sul nesta semana e pode fazer com que as temperaturas batam recordes, próximas dos 50ºC. Causado por uma massa de ar quente e seca, o fenômeno dá as caras no sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, onde os termômetros podem chegar a 40ºC.

Com a alta das temperaturas, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu aviso de perigo para 216 municípios do Estado em razão da onda de calor. “Os dados apontam um calor intenso no Vale Do Rio Dos Sinos, principalmente em Campo Bom, no final de semana e no início da semana que vem”, diz o responsável pela Estação Climatológica de Campo Bom, Nilson Wolff.

Em Porto Alegre e região, o calor só aumenta, com marcas ao redor ou acima dos 40ºC e índices de radiação ultravioleta entre 11 e 16. A Defesa Civil da capital pede cuidado extremo e recomenda que a população se proteja do sol, mantenha a hidratação constante e evite exercícios entre 10h e 16h.

A maior temperatura já registrada no Rio Grande do Sul, de acordo com os dados oficiais contabilizados desde 1910, foi de 42,6ºC, em 1917, em Alegrete, e em 1943, em Jaguarão. Este ano, Campo Bom quis aparecer entre os mais quentes e registrou a maior temperatura do ano de 2022 em todo o Brasil. No dia 2 de janeiro, o Instituto Nacional de Meteorologia registrou 41,1°C em Campo Bom, tornando-se, assim, a temperatura mais alta do ano até então. “Esta foi a temperatura mais alta desde 10 de janeiro de 2006, quando registramos 41.6”, ressalta Wolff.

Mas o que está causando o calor extremo?

Segundo especialistas em climatologia da América do Sul, em dados publicados pela BBC News, a onda de calor atual é consequência da massa de ar quente e seca instalada entre a Argentina e o Brasil. O que se observa atualmente pode ser considerado um “extremo climático composto” – termo utilizado para descrever eventos climáticos extremos simultâneos, concorrentes ou coincidentes, que podem levar a impactos ainda maiores para o meio ambiente e a população.

Há ainda uma relação do calor com o fenômeno climático La Niña, que se desenvolve quando ventos que sopram sobre o Pacífico empurram as águas quentes da superfície para o oeste, o que causa grandes mudanças climáticas em todo o mundo.

Basicamente, o La Ninã contribui não só para fortalecer a intensidade da atual onda de calor, como também fazer com que ela demore a passar. Há registros de eventos extremos associados ao La Ninã há pelo menos 2 milhões de anos, mas já se sabe que seus efeitos negativos estão se tornando cada vez mais intensos.

Dicas para se manter bem durante o calor

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