“Campo Bom eternamente
Estarás no meu coração
Praças, parques de lazer
Tua cultura e educação.
Teus filhos que aqui nasceram
E também os de adoção
É com orgulho verdadeiro…”
Se você é campo-bonense, certamente não leu, mas cantou os versos acima. Trata-se de um trecho do hino do Campo Bom. Cidade quente, calorosa, referência quando o assunto é cultura e educação. Talvez, como diz o próprio hino, por ter sido construída pelos filhos que aqui nasceram e também os de adoção. Mas a força que se emana na população de pouco mais de 66.712 mil habitantes, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), ultrapassa as barreiras territoriais. Pessoas que se preocupam com as outras, pessoas que dedicaram suas vidas em ajudar o próximo, a lutar por uma causa. Neste 61º aniversário de Campo Bom o AG reuniu histórias de campo-bonenses de coração, que aqui nasceram ou escolherem o município para viver. Vamos mostrar histórias reais de amor e dedicação, vamos falar do Orgulho da Nossa Gente.
Conheça Rute Prestes
Há dois anos, quando a psicóloga santa-rosense Rute Elisabete Prestes se mudou para Campo Bom para ficar mais perto da filha e do neto, nem imaginava o quanto isso mudaria sua vida. A intenção era viver uma vida menos estressante, longe de toda a agitação de cidade grande. O projeto era seguido à risca, com atendimentos apenas aos finais de semana e uma rotina entre aulas de teatro, violão e compromissos com o grupo de coral. Mas tudo mudou depois do lançamento do projeto Avança Campo Bom. O evento aberto a toda a comunidade onde o prefeito Luciano Orsi apresentou um relatório com obras, programas e ações de impacto, a serem realizadas entre 2019 e 2020. Entre as propostas de Orsi estava a ideia de colorir a cidade com orquídeas, a flor símbolo do município. “Na hora pensei: deixa comigo prefeito. Já que ele não tem tempo hábil, com tantos compromissos na gestão da cidade, eu, que tenho tempo disponível resolvi ajudar”, afirma Rute. Sozinha, em um trabalho de formiguinha ela plantou cerca de 4.696 orquídeas em 1.174 árvores desde julho de 2019 até o dia 17 de janeiro deste ano (data da entrevista ao AG). Motivada inicialmente pelo desejo de deixar a rua da sua casa, a Alberto Pasqualini, mais bonita, ela iniciou o plantio. “Quando terminei, olhei para as ruas no entorno e me questionei ‘porque não?’, e assim fui indo, de rua em rua plantando minhas mudinhas. No começo, nem fazia ideia do que estava fazendo. Fui pesquisar na internet para saber a forma correta de plantar, conhecer um pouco mais sobre as diferentes espécies e acabei me apaixonando pelas orquídeas”, revela a psicóloga que pedia mudas por onde passava e começou a mobilizar amigos e familiares. “As pessoas me procuraram para doar mudas, já me conhecem pelas orquídeas”. Mas o objetivo ainda não foi alcançado, segundo ela a meta é 2 mil árvores repletas de orquídeas. “Tudo isso só é possível através da doação de um amigo empresário do setor têxtil, Iraldo dos Reis. Ele doou milhares de cadarços que utilizo na amarração das mudas, sem essa ajuda eu não teria condições financeiras de arcar com essas despesas”, pontua.