Para chegar até 31 de janeiro de 1959, Campo Bom percorreu um longo caminho, marcado pelo trabalho e persistência de um povo que desejava apenas ter qualidade de vida. A formação de Campo Bom iniciou quando os caminhos primitivos foram abertos para a passagem das tropas de gado que vinham dos campos de cima da serra, São Francisco e Vacaria em direção a capital da província. Estas paravam no local para descansar e é justamente a esses tropeiros que é atribuído a denominação do atual nome do município. O local era abundante em água e pasto, parada obrigatória dos tropeiros, que se referiam a ele como campo bom.
Posteriormente foi aberta a picada, a antiga estrada geral, ou seja, a atual Avenida Brasil, quando do loteamento da Real Feitoria do Linho Cânhamo, antecessora da Colônia Alemã de São Leopoldo criada em 1824. Segundo a carta topográfica de Müzzel de 1870, a área de Campo Bom estava estabelecida em parte no distrito da Costa da Serra, a esquerda de quem vem sentido Novo Hamburgo a Sapiranga, e ao distrito Estância Velha à direita, a área total do distrito de Quatro Colônias que pertenciam a pecuaristas e a área do Padre Eterno do Campo.
Desenvolvimento passa pela imigração
A história do município está, mesmo que indiretamente ligada ao ano de 1725, quando foi proposto a imigração de famílias estrangeiras para a colonização da então Província de São Pedro do Rio Grande, hoje, estado do Rio Grande do Sul. A crise econômica na Alemanha e as promessas de inúmeras facilidades oferecidas pelo governo imperial do Brasil, foram atrativos para as primeiras famílias de imigrantes alemães.
Após serem recebidos no Rio de Janeiro pelo Imperador D. Pedro I, em 25 de julho de 1824, 39 famílias desembarcaram no Porto das Telhas (São Leopoldo). Um ano depois, 1825, 26 homens, alguns com suas famílias, chegaram em Campo Bom, entre os primeiros imigrantes estavam as famílias Wilborn, Müller, Jacob Dreyer, Heidrich, Hirth, Mayer, Schneider, Weber, Wolff, Heldt, Kautzmann, Kronhardt, Lauer, Rieth, Schmitt, Zimmermann e Blos.
Mas as terras que abrangiam Campo Bom já tinham donos desde o ano de 1814. Antonio Borges de Almeida Leães e Maria Angélica Valles eram os proprietários da Fazenda Leão (Leonerhoff), que abrangia toda a região, se estendendo até onde hoje é o município de Taquara. Então uma nova medição de terras foi realizada pelo governo e, somente em 1826, os imigrantes alemães se estabeleceram definitivamente nas terras campo- bonenses.