O casal que mudou a realidade de crianças e adolescentes

Angélica Spengler Fotografias

“Campo Bom eternamente
Estarás no meu coração
Praças, parques de lazer
Tua cultura e educação.
Teus filhos que aqui nasceram
E também os de adoção
É com orgulho verdadeiro…”

Se você é campo-bonense, certamente não leu, mas cantou os versos acima. Trata-se de um trecho do hino do Campo Bom. Cidade quente, calorosa, referência quando o assunto é cultura e educação. Talvez, como diz o próprio hino, por ter sido construída pelos filhos que aqui nasceram e também os de adoção. Mas a força que se emana na população de pouco mais de 66.712 mil habitantes, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), ultrapassa as barreiras territoriais. Pessoas que se preocupam com as outras, pessoas que dedicaram suas vidas em ajudar o próximo, a lutar por uma causa. Neste 61º aniversário de Campo Bom o AG reuniu histórias de campo-bonenses de coração, que aqui nasceram ou escolherem o município para viver. Vamos mostrar histórias reais de amor e dedicação, vamos falar do Orgulho da Nossa Gente.

Conheça André e Márcia Britto

De acordo com uma pesquisa realizada pela rede Brasil Voluntário e Ipobe Inteligência, um a cada quatro brasileiros doa parte do tempo livre para ajudar alguém ou alguma causa. Em Campo Bom existem vários projetos voluntários, um deles é o Criança Cidadã, criado através do sonho de um casal, que pratica a solidariedade como forma de ajudar ao próximo. O projeto já atendeu 3200 crianças no contraturno escolar com oficinas diárias gratuitas de inglês, dança, música, capoeira, futebol, vôlei, corrida, artesanato e paisagismo sustentável. André de Britto e Márcia Moura de Britto criaram em 2009, a organização social não-governamental e o projeto cresceu tanto que o casal deixou os empregos e hoje divide-se entre o Criança Cidadã e um sítio cuidado por eles. Natural de Soledade, mas morando em Panambi André veio para Campo Bom trabalhar no almoxarifado de uma fábrica de calçados em 1996, trouxe junto a esposa, filho pequeno Iuri, e, a esperança de recomeçar uma vida nova na terra do calçado. “Viemos com a cara e a coragem. Naquela época Campo Bom era sinônimo prosperidade. Cheguei com emprego arrumado e nunca mais fomos embora”, relembra André. A família se estabeleceu no bairro 25 de Julho, onde mora até hoje. Foi lá também que o desejo de dar oportunidade às crianças carentes se tornou real. “Sabíamos que precisávamos fazer alguma coisa. Não poderíamos ter ficado de braços cruzados assistindo aquelas crianças passarem fome, ficarem pela rua à mercê de todos os tipos de perigo e foi o que nós fizemos. Abrimos a nossa casa para as crianças”, revela Márcia. Hoje a ONG que se mantem com doações atende 70 crianças em Campo Bom na Rua Cacequi, 240, Bairro Imigrante Norte e 50 no segundo polo do projeto, na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia inaugurada em 2019.

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