“Meu pai está ficando sem tempo”, suplica família de paciente com câncer que aguarda leito oncológico em Porto Alegre

Na noite de quarta-feira, 27, familiares e amigos de Luiz Ademir Klaus estiveram em frente ao Hospital Lauro Reus, em vigília pela saúde do campo-bonense. A mobilização foi feita para, principalmente, pedir providências diante da grave situação de saúde em que ele se encontra, onde luta pela vida pois necessita de tratamento oncológico para tratar o câncer.

As filhas, Débora, Luciana, Isabela e Fernanda Klaus, expressam que, embora seu Luiz esteja sendo muito bem atendido no Hospital Lauro Reus, a indignação é com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul que não disponibilizou leito pelo SUS. “A nossa luta é pelo nosso pai, que tem 70 anos, e que está com linfomas tipo B, que é uma doença agressiva, mas ela é altamente curável, se for tratada a tempo”, expressa. “Ele sempre trabalhou, pagou os impostos dele, para chegar em um momento que precisa e não ter retorno, não ter dignidade.” Lembrando que, o HLR não possui leitos de atendimento oncológico.

Segundo diagnóstico emitido pelo Hospital Lauro Reus, em documento entregue à família, “paciente com diagnóstico de cid c 83.3 devendo realizar com urgência tratamento quimioterápico curativo. Reforço que, o atraso no tratamento do mesmo, traduz em risco de vida. Entendo a lei federal nº 12. 732/2012. de autoria da senadora Ana Amélia Lemos, tenha boa intenção, contudo, reforço, como médico, de que, ‘as doenças não conhecem, e nem respeitam a lei’. E que, a doença em questão, não irá esperar os 60 dias, correndo risco de vida para paciente em questão. Para tanto, solicito a transferência imediata do paciente, sob risco de vida para o mesmo”.

Em busca de um leito para o pai, a família entrou na justiça, dando entrada em um processo na Comarca de Novo Hamburgo, no início do mês de outubro. Segundo o despacho do Juiz, “Portanto, ao que tudo indica, deve ser dado o adequado andamento à solicitação de transferência pelo Hospital em que o autor está internado, justificando-se a necessidade urgente dessa e especificando-se o quadro clínico apresentado pelo autor. O atestado apresentado é genérico não indicando claramente o motivo da urgência, e ela, uma vez provada na própria via administrativa (GERCON / GERINT), poderá levar a questão a ser resolvida independentemente de intervenção judicial”, ou seja, a decisão do Juiz não atendeu ao pedido da família, que era o de conseguir um leito e de iniciar imediatamente o tratamento em clínica especializada em oncologia em Porto Alegre.

O que é linfoma tipo B?

Linfoma difuso de grandes células B é o tipo mais comum de linfoma não Hodgkin, corresponde a cerca de 30% dos casos. O linfoma difuso de grandes células B pode se apresentar a qualquer idade, mas ocorre principalmente em pessoas mais velhas. A idade média no momento do diagnóstico é de 60 anos. Este tipo de linfoma geralmente começa como uma massa de crescimento rápido em órgãos, como intestinos, ossos, cérebro, medula espinhal, ou em um linfonodo. Apesar de ser de crescimento rápido, responde bem ao tratamento. De forma geral, aproximadamente 75% dos pacientes não apresentam sinais de doença após o tratamento inicial, e cerca de metade destes pacientes são curados com o tratamento.

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