Maria: uma história de vida, resiliência e amor

Uma jornada emocionante em meio ao mês internacional de sensibilização à prematuridade

Em meio ao Novembro Roxo, mês internacional de sensibilização à prematuridade, emergem histórias que transcendem a fragilidade inicial de vidas que começaram sua jornada mais cedo do que o esperado. No Brasil, onde 12% dos nascimentos são prematuros, cerca de 340 mil bebês anualmente enfrentam desafios extraordinários desde seu primeiro suspiro. Entre essas narrativas, destaca-se a emocionante saga de Maria Alice Fialho Araújo, uma pequena guerreira que, aos três anos, já carrega consigo uma história de superação marcante.

Da pré-eclampsia à UTI

“Tive uma infecção nos rins num sábado e eu fui para o hospital, eu estava muito inchada e meu obstetra me pediu para fazer um exame. Comentei que eu não sentia ela mexer na minha barriga, mas a Maria tinha batimentos. Fiz os exames numa quarta-feira de manhã, fui para a ecografia e o médico disse que eu tinha que ir para o Hospital, porque tive uma pré-eclampsia e eu não sentia nada de sintoma, além do meu inchaço”, explica a mãe Brenda Alessandra Fialho.

É no timbre suave da voz de Maria que a história começa a se desenrolar, interrompendo a fala da mãe com a inocência que só a infância proporciona. “É que eu era bem pequenininha, né mãe?”, explica Maria, com apenas três anos.

Brenda enfrenta dificuldades para recordar o período em que Maria estava internada, uma memória difícil que a fez se emocionar diversas vezes durante a entrevista. Maria, por sua vez, permanece ao lado da mãe, adorando assobiar e demonstrando uma compreensão única da situação. Quando as lágrimas da mãe caem, Maria, curiosa, pergunta: “mamãe, o que é isso no teu olho?”

Lutando pela sobrevivência

“Quando fizemos a ecografia, a Maria estava uma semana em sofrimento fetal, ninguém entendia como ela estava viva ainda, porque ela ficou todo esse tempo sem receber nenhum nutriente. Eu só soube que ela ia nascer na hora do parto”, explica Brenda. Portanto, Maria ficou uma semana lutando para sobreviver no ventre e nasceu às 18h12 no fim daquela quarta-feira, com 33 centímetros e 670 gramas, de 27 semanas.

Pequenina, mas poderosa

Os desafios médicos não impediram Maria de se tornar uma criança saudável e vibrante, que encanta a todos que a conhecem. “Ela teve displasia brônquio pulmonar, pneumonia, retinopatia da prematuridade… E mesmo com tudo isso e outros problemas que ela teve em 89 dias na UTI, se recuperou”, relata o pai, Nigel de Freitas Araújo.

Maria, um testemunho de resistência e amor, personifica a luta diária de tantas famílias que enfrentam a prematuridade. No Novembro Roxo, sua história ecoa como um lembrete poderoso da necessidade contínua de conscientização sobre os cuidados e prevenção do parto prematuro.

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