Jardim das Ideias: Uma história de reflexão sobre acreditar nos seus sonhos

As histórias em quadrinhos são narrativas contadas a partir de uma estrutura que utiliza o desenho e o discurso direto como na fala. Isto é, associam às linguagens verbais com as visuais, envolvendo elementos como personagens, tempo, espaço e acontecimentos organizados em sequência, numa relação de causa e efeito.

Desenvolvido pelos campo-bonenses Djeison Hoerlle e Leonardo Wolff, Jardim das Ideias acompanha o Gabriel, um teimoso e inventivo menino, que, em meio ao luto e a saudade, acaba recebendo a misteriosa visita do Paladino Amarelo, seu super-herói favorito, vindo diretamente das histórias em quadrinhos. O herói surge em três momentos distintos da vida de Gabriel, trazendo para cada um deles um significado muito particular, inspirando-o não apenas a superar as adversidades da vida, mas também, a inspirar as outras pessoas.

Jardim das Ideias trará uma história completa em 96 páginas, sendo 16 coloridas, e estará à venda por R$25,00. A HQ vai poder ser adquirida pela campanha no site de financiamento coletivo Catarse, a partir do dia 02/07. Após a campanha de financiamento, estará disponível no site da editora Universo Fantástico.

O AG conversou, com exclusividade, com o roteirista, Djeison Hoerlle, sobre o projeto, como foi desenvolvido e as principais inspirações da história. Confira a seguir.

A Gazeta: Como você e o Leonardo começaram essa parceria?
Djeison Hoerlle:
Eu já seguia o perfil do Léo no Instagram há bastante tempo e adorava o estilo de arte bem estilizado dele. Depois que eu decidi que escreveria uma HQ, ele foi minha primeira opção. Enviei um áudio de 2 minutos explicando a proposta da história, ele adorou e cá estamos.

AG: Quem escreveu a história? E quem ilustrou?
Djeison:
Eu escrevi alguns contos que posteriormente adaptei para o roteiro. Juntos eu e o Léo fizemos o storyboard e por fim ele deu vida e cor para aquele amontoado de palavras.

AG: Como surgiu o gosto pela leitura de quadrinhos?
Djeison:
No meu caso foi em duas etapas. A primeira, como a maioria dos brasileiros, surgiu com a Turma da Mônica, uma edição com participação do meu jogador favorito da época, o Ronaldinho. Depois que cresci voltei minha atenção para literatura clássica, voltando a curtir quadrinhos somente em 2019 depois que li Sandman. Com o Léo foi muito mais por influência dos mangás que ele comprava com os vale-cultura que a prefeitura dava para os estudantes na Feira do livro.

AG: Essa história foi inspirada em que? Pode ser considerada uma história autobiográfica?
Djeison:
Jardim das Ideias é produto de uma analogia que surgiu na minha cabeça durante o banho. Estava pensando em como as action figures parecem ter substituído as imagens de santos católicos nas prateleiras das residências, mesmo sendo bem semelhantes em sua essência. Figuras heróicas, inspiradoras, não raramente superdotadas. Essa foi a espinha dorsal da obra, mas logicamente há nela muito do passado dos autores, e principalmente, das expectativas que temos para o futuro.

AG: De alguma maneira, Campo Bom pode ter te inspirado em algum trecho da história? Se sim, qual? Como?
Djeison:
Acredito que tudo que criamos é resultado de nossas experiências e vivências. Eu vivi em Campo Bom a minha vida toda e amo esse lugar. Muito da ternura pela infância retratada na obra está intimamente ligada com a infância maravilhosa que essa cidade me proporcionou, e o Léo soube captar isso maravilhosamente nos cenários.

AG: A escrita sobre mundo fantástico serve pra escapar do mundo real?
Djeison:
Talvez para alguns, sirva, mas no meu caso é muito mais sobre dar significado e propósito para o mundo que vivemos.

AG: Qual o papel da arte na tua vida? E na do Leonardo?
Djeison:
Desde muito cedo notei em mim uma predileção muito grande por criar. Direcionei isso para diversos segmentos, como conteúdo para blogs, música, teatro e curta-metragens antes de chegar na escrita de ficção. No caso do Léo, acredito que seja ainda mais intenso. Se eu sou uma espécie de arroz-de-arte, ele já é um artista de nicho, estando há anos focado nos seus objetivos, sempre estudando e dando um jeito de conciliar tudo para produzir cada vez com mais qualidade.

AG: Já tem outras histórias prontas?
Djeison:
Prontas ainda não, mas tenho alguns projetos em andamento como uma HQ contando a história dos Crimes da Rua do Arvoredo, que deve sair no começo do próximo ano. Tem uma comédia sobre o caso do ET de Varginha, também pro próximo ano, e um romance que eu não arrisco falar a data de lançamento pois sempre acho algo para melhorar nele.

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