Inteligência antes do Poder

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Imaginar que chegar ao poder é o final do caminho é uma infantilidade tão grande como supor que somos uma ilha coberta de vida na imensidão da galáxia.

Provavelmente a melhor definição de poder é a aptidão de conseguir que os outros façam o que você quer. Se você alcança isso sem forçar nem magoar as pessoas, se elas de boa vontade lhe dão o que você anseia, então o seu poder é enorme.

Luís XI (1423-1483), o grande Rei Aranha da França, tinha um fraco por astrologia. Na sua corte havia um astrólogo a quem ele admirava, até que um dia o homem previu que uma senhora da corte morreria dentro de oito dias.

Quando a profecia se realizou, Luís ficou assustadíssimo, achando que o homem tinha assassinado a mulher para provar a sua competência ou então era tão versado na ciência que seus poderes representavam uma ameaça para o próprio Luís.

De uma forma, ou de outra, ele tinha que morrer.

Uma noite, Luís mandou chamar o astrólogo até seu quarto, no alto do castelo. Antes que chegasse, o rei disse aos criados que faria um sinal para eles erguerem o astrólogo, levá-lo até a janela e atirá-lo lá de cima, a quase cem metros de altura.

O astrólogo chegou logo, mas antes de dar o sinal, Luís resolveu lhe fazer uma última pergunta.
“Você diz conhecer astrologia e saber o destino das pessoas, então me diga qual será o seu destino e quanto tempo ainda viverá?”

Percebendo a situação que estava lhe cercando, o sábio respondeu:
“Morrerei três dias antes de Vossa Majestade!”

O Rei esperou um breve momento, e acabou por não dar o sinal aos guardas. A vida do homem foi poupada.
A partir deste momento, o Rei Aranha não só protegeu o seu astrólogo durante toda a vida, como lhe enchia de presentes e fazia questão que fosse tratado pelos melhores médicos da corte.

O astrólogo morreu anos depois da morte do rei, desmentindo o seu poder de profecia, mas provando a sua inteligência.

“Assim, um príncipe sábio pensará em como manter todos os seus cidadãos, e em todas as circunstâncias, dependentes do Estado e dele; e aí eles serão sempre confiáveis.” (Nicolau Maquiavel)

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