Hospital Lauro Reus realiza primeira captação múltipla de órgãos para transplante

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Doação foi um gesto da família, com base em depoimentos da paciente, sobre o desejo de ceder os órgãos a outras pessoas.

Campo Bom registrou sua primeira captação múltipla de órgãos para transplantes no Hospital Lauro Reus, na madrugada de segunda-feira, 23. A doadora, que não teve sua identidade divulgada era uma jovem de cerca de 20 anos.

A morte cerebral da jovem foi constatada no domingo, 22 e a confirmação foi feita por dois médicos e comprovada por exames complementares. Após o diagnóstico de Encefalopatia hipoxico-isquêmica, a família da mulher foi orientada e comunicada sobre a possibilidade da doação de órgãos. Um trabalho que envolveu um acompanhamento minucioso do hospital. “A família já havia informado o interesse de realizar a doação, tivemos o papel de acolher, orientar e realizar uma entrevista social com os familiares da paciente. É um momento em que eles precisam de acolhimento, mesmo tendo consciência que esse gesto pode salvar a vida de outras pessoas”, comentou José Luis Toribio Cuadra, médico intensivista e responsável pela UTI do Hospital Dr. Lauro Reus. De acordo com o médio, hoje o hospital conta com a estrutura necessária para a realizar cirurgias tanto de captação como de transplante de órgãos. “Temos estrutura e equipe qualificada para conduzir todo o processo de captação também de alguns tipos de transplantes como o renal e o de córneas. Em meio à dor da perda, a doação de órgãos ressignifica a morte e transforma a tristeza em ato de amor”, pontua.

Cuadra esclarece ainda que a captação de órgãos é um processo complexo, que segue várias diretrizes para se concretizar e só se inicia após perda completa e irreversível das funções do encéfalo.

Dúvidas a respeito da doação de órgãos

A morte cerebral é o mesmo que o coma?
Não, a morte encefálica é muito diferente do coma. No coma, as células cerebrais continuam vivas, executando suas funções vitais; o que ocorre é uma falta de integração entre o indivíduo e tudo o que o rodeia. Na morte encefálica, as células nervosas estão sendo rapidamente destruídas, o que é irreversível.

Após a doação, o corpo fica deformado?
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra, realizada com todos os cuidados de reconstituição obrigatórios por lei.

Como me tornar um doador de órgãos?
Você precisa comunicar à família a sua decisão de ser doador, pois ela sempre é consultada no momento da doação.

O que é morte cerebral?
É a morte do cérebro, incluindo o tronco cerebral, que desempenha funções vitais, como o controle da respiração. Quando isso ocorre, a parada cardíaca é inevitável. Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoas com morte cerebral não pode respirar sem os aparelhos e o coração não baterá por mais de algumas poucas horas. Por isso, a morte encefálica já caracteriza a morte do indivíduo. É fundamental que os órgãos sejam aproveitados para doação enquanto ainda há a circulação sanguínea irrigando-os, ou seja, antes que o coração deixe de bater e os aparelhos não possam mais manter a respiração do paciente.

Quais os tipos de doadores que existem?
São três. O Doador Vivo é aquele que pode doar medula, rim, parte do fígado e um pulmão. O Doador de Coração Parado pode doar os ossos, as válvulas, os tecidos e as córneas. Já o Doador em Morte Cerebral pode doar os ossos, as válvulas, os pulmões, os tecidos, as córneas, o fígado, o pâncreas, o coração e os rins.

Quem necessita receber um órgão transplantado?
Pacientes com insuficiência renal, insuficiência hepática, insuficiência cardíaca, insuficiência pancreática, problemas na córnea, pacientes com leucemia.

*Fonte: Ministério da Saúde

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